ISE 2019 - O impacto da comunicação visual
28-03-2019
# tags: Tecnologia
A ISE 2019, a maior feira de negócios de AV do mundo decorreu de 5 a 8 de Fevereiro na fria cidade de Amesterdão.
Este ano contou com 1300 expositores e mais de 80 mil visitantes.
Desde sua estreia em Genebra em 2004 (um evento que hospedou apenas 120 expositores e 3500 visitantes) a ISE continuou a crescer ano após ano, o que levou ao anúncio de que a edição de 2021 será realizada em Barcelona na Gran Via, parte do complexo de exposições Fira de Barcelona. Para Mike Blackman, diretor administrativo da Integrated Systems Events: “A RAI e Amesterdão proporcionaram uma localização fantástica, foram grandes parceiros e contribuíram para o sucesso da ISE. Mas a procura dos expositores e o contínuo aumento no número de participantes mostraram que o espaço limitado estava em risco de prejudicar o desenvolvimento da feira.”
Com tanto para ver na ISE, é "impossível" ver a feira toda em apenas 4 dias. Assim foi necessário focarmos no que realmente interessa, contando com a ajuda preciosa da app do evento. Outra ajuda ao dispôr eram as 5 rotas temáticas, que de acordo com os interesses do visitante aconselhavam o que visitar. Havia rotas para o áudio, tecnologia para eventos, automação para edifícios, comunicação e colaboração, e sinalética digital.
Com o lema Aprender, Descobrir, Inspirar, o programa de desenvolvimento profissional da ISE 2019 demonstrou mais uma vez o empenho das duas associações co-titulares do evento, Avixa e Cedia, fortemente envolvidas no desenvolvimento, evolução e crescimento educacional e profissional da feira e seus visitantes, que este ano tiveram conferências organizadas por especialistas em mercados verticais.
Pela primeira vez, o hotel Okura foi usado como sede da ISE para realizar cinco das dez conferências na feira. A Avixa organizou duas de suas conferências sob o lema What's Next, ambas esgotadas antes da abertura da feira, sobre estratégia e tecnologia em experiências AV integradas no ensino superior e nas empresas, além de sessões educativas gratuitas FlashTrack, com vinte minutos de duração, no seu stand.
Fora da área expositiva, pudemos ver duas demonstrações das actuais e futuras capacidades colaborativas e tecnológicas da indústria. A exibição do videomapping que iluminava a lateral do hotel Nhow Amsterdam RAI a cada noite, era realmente um vislumbre do futuro, onde a projecção irradiava conteúdo à medida da fachada de um hotel inacabado, mas arquitetonicamente impressionante. O projecto foi uma colaboração entre a ISE e a RAI Amsterdam e teve como parceiros técnicos a Green Hippo (com os servidores de vídeo Hippotizer V4+), a LANG AG, a Panasonic (com 14 projectores PT-RZ31K de 31.000lm) e a Pro Display.
A Panasonic também forneceu os projectores para a estreia mundial do showcase Sviatovid, a nova escultura com videomapping do designer Bart Kresa. A escultura proporcionou uma experiência sonora e visual, para os participantes à saída da exposição todos os dias, e foi muito elogiada como um dos destaques da ISE.
Os ecrãs de LEDs estavam espalhados por toda a feira, com algumas demonstrações a chamarem a atenção como na Sony, Samsung, Philips, SiliconCore, Unilumin, Absen, Leyard, NEC e outras. Mas também havia muitas demos em que a qualidade era menor, apesar de brilhante e atraente. O argumento mais popular para vendas, de acordo com os vários fornecedores, era um pixel pitch de 1,2 a 1,5 mm, mas já havia um conjunto de empresas que estava a promover o pitch de 0,9 mm como "a próxima grande novidade".
Em termos de impacto absoluto, o ecrã CrystalLED de 9,7 x 5,4 metros, no stand da Sony, que mostrava conteúdos espectaculares em 8K, era ponto de paragem obrigatório. Apesar do seu preço astronómico de 4 milhões de euros, tem uma resolução de 7680x 4320 com uma taxa de atualização de até 120fps. A SONY aposta forte neste sector tendo em vista aproveitar as oportunidades de negócios com a transmissão em 8K dos Jogos Olímpicos de Tóquio em 2020.
O contraste do CrystalLED é superior a 1.000.000: 1 - muito além dos LEDs convencionais. Para que isso acontecesse, a Sony desenvolveu LEDs ultrafinos, mas ultra-poderosos, medindo cerca de metade da espessura de um fio de cabelo humano. Com profundidade de cor de 10 bits, ampla gama de cores (140% de sRGB) e com brilho de até 1000 cd / m2 (1000 nits). As futuras versões futuras também suportarão HDR, para uma experiência de visualização ainda mais imersiva.
A receber os visitantes na entrada principal do stand da LG, estava a instalação imersiva “LG OLED Falls”, construída com 88 displays OLED Open Frame flexíveis (a instalação era similar à realizada na CES 2019, mas esta continha 270 displays...). Exibindo imagens sedutoras de curvas do deserto, cascatas, oceanos e luz. A experiência da imagem é aprimorada por um áudio imersivo, que está incluído nas TVs LG OLED, tornando-as perfeitas para aplicações business-to-business que exigem uma abordagem realmente personalizada.
Outro destaque no stand da LG foi o televisor que se desenrola - O LG SIGNATURE OLED TV R. O OLED oferece muitos benefícios quando comparado com os televisores actualmente disponíveis no mercado – sem retroiluminação, esta tecnologia oferece tonalidades perfeitas de preto e contrastes que permitem ver filmes com efeitos precisos e uma qualidade espantosa. É a ausência de retroiluminação que permite que o televisor se enrole, sendo suficientemente fino para se enrolar integralmente. Uma vez que os OLED extremamente leves, finos e duráveis, são o material perfeito para um televisor flexível.
A Samsung fez o lançamento mundial de uma versão de 292 polegadas do “The Wall 8K”. O The Wall é um ecrã modular de grande formato, ideal para residências de luxo ou para fins comerciais, configurável e personalizável para tamanhos e proporções que podem variar de 73 a 292 polegadas, tem um pixel pitch de 0.84. O design fino e sem moldura da solução permite que o ecrã se integre subtilmente.
A Samsung também apresentou o Multi-Link LED HDR, a primeira tecnologia LED HDR com resolução 8K da indústria. Usando análise de cena e um algoritmo proprietário da Samsung, o Multi-Link LED HDR transforma qualquer conteúdo em qualidade HDR, sem a necessidade de metadados especiais. O Multi-Link LED HDR para Digital Signage oferece uma qualidade de imagem incomparável, com os recursos Tone Mapping (ITM) e Dynamic Peaking para maximizar a relação de brilho e contraste. Além disso, a tecnologia oferece conteúdos com menor latência por meio de um modo “em tempo real” aprimorado.
A Panasonic, por sua vez, revelou o novo projector de 50.000 lumens. O PT-RQ50K mantém a tendência da Panasonic de criar projectores que combinam alto brilho com dimensões relativamente compactas, simplificando a instalação. Isto é especialmente importante quando se trabalha com grandes restrições de tempo em grandes eventos. Além disso, um único RQ50K oferece o mesmo potencial que vários projectores de brilho inferior, economizando tempo de instalação e configuração.
A Panasonic afirmou que extraiu ainda mais desempenho da tecnologia do sistema de arrefecimento do seu projector bandeira de 30.000 lumen, o PT-RQ32K, alcançando quase o dobro do brilho. A óptica está hermeticamente selada e o design sem filtro contribuem para se ter 20.000 horas de projecção livre de manutenção, mesmo em ambientes mais exigentes.
Para além de unidades de laser duplas e backup nas entradas de vídeo, o RQ50K também possui alimentação redundante, por forma a garantir fiabilidade total.
O PT-RQ50 estará disponível em dezembro de 2019.
Vítor Hugo, consultor técnico da AVK
© Vítor Hugo Opinião
Consultor técnico