O futuro dos eventos é neste momento muito inspirador

05-07-2021

# tags: Tendências , Eventos

«A Event Point faz em 2021 dez anos. E pedimos a 11 profissionais dos eventos o exercício de pensarem no que pode ser a próxima década.»

Olhar para os próximos 10 anos e pensar no futuro dos eventos é neste momento muito inspirador. 

Após o choque inicial da pandemia, hoje reconhecemos que um abalo desta dimensão serve como acelerador para pensarmos de forma diferente, reaproximarmos-mos e finalmente percebermos que o futuro será mais recompensador do que aquilo que achamos ter perdido.

Os avanços tecnológicos e sociológicos progrediram rapidamente, permitindo-nos assim alterar a nossa rotina do espaço físico para o virtual.

Os avanços nos últimos 6 meses na robótica, realidade virtual, na inteligência artificial entre outros, definem o que está para vir no nosso futuro.

Alterámos por completo o conceito onde se podem realizar, experienciar e viver eventos, fazer reuniões...não temos limites! O foco passou a ser a personalização, o storytelling, a comunidade.

Estabateram-se os separadores entre o trabalho a vida pessoal e o lazer. Com os novos modelos de trabalho vamos ter mais tempo, mais disponibilidade, mais apetência para consumir cultura, conhecimento e criar novas relações, mesmo à distância de um “click”. No entanto, ganhámos a saudade do contacto. 

O avanço exponencial da tecnologia, as experiências, possibilidades e criatividades criadas proporcionaram horizontes sem limites.

Desenganem-se aqueles que acreditam que os eventos do futuro serão maioritariamente tecnológicos. Sei que as empresas de tecnologia gostavam de acreditar nisso.

Todos os clientes, de todas as tipologias, de todas as culturas anseiam o regresso dos eventos presenciais.  O futuro é altamente humano. O futuro é high touch. O futuro é baseado nas pessoas e na criação da interação entre as mesmas.

Neste momento, vivemos com a possibilidade de nos conectarmos através das tecnologias, sobrepormos distâncias, aumentarmos as audiências e as participações de internacionais nos nossos eventos, mas o futuro está de facto no toque humano.

As tecnologias, que hoje finalmente reconhecemos, são instrumentos que facilitam, ajudam na expansão dos nossos horizontes e contribuem para dar uma nova asa aos eventos.

Vamos, com certeza, ter eventos mais pequenos, mais regionais e serão esses mesmo que irão ligar-se a outras regiões via tecnologia e plataformas que têm surgido na indústria como cogumelos.  

Os eventos nos próximos anos vão mostrar claramente as diferenças entre os imigrantes digitais e os nativos digitais.  Vem aí a Geração Alpha.  Os organizadores têm que reescrever as regras para apelar e atrair estes clientes. Para estes a linha que separa o físico do virtual não existe e para eles o consumir conhecimento e o networking será percebido de modo muito diferente. Mas são 5 gerações em atividade e será sempre necessário agradar a todos e o fator humano será a única constante.

Para mim, as principais tendências em 10 anos passam pelo aumento da realização de eventos híbridos (vão ficar para sempre) pois permitem a existência de dois eventos paralelos que ultrapassam os limites da geografia, mas requerem planeamento e preparação diferenciados. A realidade virtual irá permitir esbater a diferença entre o presencial e virtual. Os avanços na IA vão alterar a forma e o conceito de como viajamos, como compramos, na gestão de participantes, na gestão de experiências, na personalização, no reconhecimento facial, na coleta de dados e informação, no feedback instantâneo, na gestão de recursos físicos e humanos, entre outros.

A tecnologia vai acelerar e facilitar os eventos, não acredito na alteração do seu fundamental, a interação humana, vai sim possibilitar uma experiência facilitada e aumentada. Eu própria quero ouvir um astronauta a fazer uma intervenção no palco em realidade virtual enquanto ele está de facto, fisicamente na Lua.

 


© Linda Pereira Opinião

CEO CPL Meetings & Events

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