O serviço de excelência interno
02-10-2023
# tags: Eventos , Turismo de Negócios , Meetings Industry
A par do crescimento significativo na indústria do turismo em Portugal, a área de eventos também tem testemunhado um crescimento elevado nos últimos anos.
No entanto, a atração e retenção de talentos emergem como questões cruciais para o sucesso contínuo do setor.
É um mercado altamente competitivo, e por isso as empresas enfrentam o desafio de proporcionar um serviço de excelência tanto para os clientes como para os colaboradores. Nesse sentido, torna-se inegável a necessidade de valorizar e qualificar as pessoas que atuam na indústria de eventos. Ao analisar a agenda das profissões do turismo, elaborada pelo Ministério da Economia e do Mar, percebe-se que valorizar, qualificar, cooperar e incluir são pilares fundamentais.
As pessoas são o elemento crucial para o setor de eventos, e, hoje mais do que nunca, é imperativo focar no serviço de excelência interno, pois isso possibilitará o alcance dos objetivos estratégicos empresariais. Não há uma receita única para alcançar tal feito, mas segue um humilde contributo com algumas ideias para, quem sabe, abrir uma discussão mais ampla.
1. Atualmente, temos várias gerações a trabalhar em simultâneo, e as empresas quando desenham um plano de desenvolvimento profissional devem ter isto em conta. As novas gerações são muitas vezes bastante bem formadas ao nível técnico, e aquilo que procuram é que lhes seja dada a oportunidade e o espaço para o desenvolvimento de outras aptidões que não as mais óbvias para o desempenho das suas funções.
2. Fomentar a comunicação e a transparência, partilhar os números, as métricas e os objetivos de longo e curto prazo, vão criar um envolvimento e um sentido de pertença por parte das pessoas. Uma equipa informada e alinhada com a missão e valores da empresa terá o foco necessário para serem atingidos os objetivos qualitativos, como por exemplo ter um score de 9 num NPS e os objetivos quantitativos.
3. Regra dos 3 R’s: reconhecer, responsabilizar e remunerar. Numa organização devemos tentar sempre reconhecer performances excecionais, responsabilizar e delegar e, claro, remunerar adequadamente. Num setor super competitivo, por vezes estes três passos serem aplicados em simultâneo é um desafio, mas se comunicarmos de forma clara as pessoas terão a confiança necessária para saber que existe esta regra e que será aplicada no tempo possível.
4. Investir em formação e qualificação específica para a área de eventos é fundamental nos dias atuais, especialmente com o avanço tecnológico e a prevalência da Inteligência Artificial (IA). Capacitar as equipas com conhecimentos-chave relacionados à IA permitirá expandir o espaço criativo e fará delas diferenciadas.
5. Um ambiente de trabalho positivo é essencial, questões como a “work-life balance” (equilíbrio entre trabalho e vida pessoal) devem ser consideradas e valorizadas. Oferecer suporte aos colaboradores para que eles possam conciliar as suas responsabilidades profissionais com as suas vidas pessoais contribui para aumentar a produtividade, a satisfação no trabalho e a retenção de talentos. Mas este suporte tem de ser real, as pessoas têm de o sentir no seu dia a dia, e não ser apenas uma frase que existe na estratégia de retenção. Iniciativas concretas, tangíveis e que melhorem o dia a dia das pessoas.
Em conclusão, a área de eventos em Portugal está em expansão e enfrenta o desafio de atrair, desenvolver e reter talentos. Valorizar e qualificar as pessoas que trabalham no setor é fundamental para garantir um serviço de excelência. Estas ideias, a par de outras, podem contribuir para pensarmos e iniciarmos uma saudável (e necessária) discussão sobre o serviço de excelência ao colaborador.