Os eventos em 2030
26-10-2021
# tags: Marketing , Eventos , Experiências
«A Event Point faz em 2021 dez anos. E pedimos a 11 profissionais dos eventos o exercício de pensarem no que pode ser a próxima década.»
Tendo em conta a nova realidade que temos vindo a enfrentar, as indústrias do entretenimento e dos media têm-se tornado cada vez mais virtuais, mais personalizadas e globais, iniciando assim uma revolução tecnológica.
Mantendo-se esta tendência, a grande aposta destas indústrias no ano 2030 será certamente focada no desenvolvimento de eventos online. No entanto, nem todos eles serão 100% virtuais, podendo alguns vir a adotar uma nova estratégia, complementar ao ritmo fast paced do século XXI: os omnichannel events.
Estes ditos eventos omnichannel (ou pluricanal) serão então aqueles capazes de combinar o melhor de múltiplos mundos, resultando em sinergias e novas experiências provenientes da complementaridade destes vários universos distintos. Um simples evento estará então presente em múltiplas plataformas, simultaneamente, e em diferentes formatos, integrando diferentes canais e permitindo uma maior difusão e percentagem de público alvo. Qualquer pessoa, em qualquer parte do mundo, poderá integrar qualquer evento, sem perder a emoção que este engloba. O resultado? Um mundo unido através de emoções fortes, num momento único e sem barreiras, graças a um simples clique.
Surgirão, igualmente, novos meios e novas práticas que melhorarão a combinação destas experiências multi-sensoriais, tornando cada evento cada vez mais memorável, valioso e acessível, numa era em que a originalidade é a chave do sucesso.
No entanto, este caminho para um mundo mais global não inclui apenas as contribuições tecnológicas, os livestreams intérminos e as plataformas digitais, mas também o papel crítico que cada empresa e cada comunidade desempenham na decisão de uma vida mais sustentável e amiga do ambiente. O mesmo se aplica ao futuro dos eventos, nos quais o contributo ecológico será uma constante e poderá partir das mais pequenas ações, às mais complexas e revolucionárias.
De certa forma, podemos distinguir dois tipos de eventos sustentáveis que marcarão 2030:
Numa primeira fase, teremos os eventos ecológicos e sustentáveis per se, tanto no que toca ao tipo de materiais selecionados para a execução dos mesmos, como ao tipo de energias utilizadas na sua conceptualização e difusão. Estes eventos, optarão por uma gestão e utilização de energias mais limpas e, sobretudo, renováveis, assim como uma tentativa de redução do consumo das mesmas.
Para além da energia, a gestão do consumo de água terá também bastante peso. Já no que toca aos materiais, a utilização de produtos com baixas percentagens de carbono, a compra de artigos reciclados e recicláveis e a implementação de novos métodos de tratamento final de resíduos, menos poluentes e mais eficazes na gestão de recursos naturais, serão também de implementação obrigatória.
O segundo modelo de eventos será aquele que, através das suas ações, estimula diretamente o seu público a realizar, também, ações diárias mais sustentáveis com o intuito de melhorar e atenuar os impactos ambientais sentidos nessa mesma altura. Perante este mundo em constante evolução, o importante já não será apenas o bem-estar monetário de cada empresa, mas sim o equilíbrio de toda a sociedade na qual esta se insere e para a qual opera. Será necessário envolver colaboradores e consumidores e discutir os riscos e problemas do planeta, tomando decisões de que favoreçam a sua sustentabilidade e clima.
Valores justos e humanos, como a transparência e a humanização, farão igualmente parte desta revolução. Em 2030, a geração millennial estará já próxima dos 50 e, juntamente com a Geração Z e Alpha, formarão a grande maioria da força de trabalho. O essencial será escutar e analisar os pontos de vista destas gerações mais recentes e consciencializadas, dando prioridade aos seus valores intenções.
Uma coisa é certa e vai-se manter: a necessidade de ter eventos cada vez mais originais, criativos, inovadores e sustentáveis, capazes de revolucionar o mundo e salvar o planeta.
© Tiago Barquinha Opinião
Diretor da Mojobrands