Os eventos daqui a 10 anos
19-10-2021
# tags: Tendências , Eventos
«A Event Point faz em 2021 dez anos. E pedimos a 11 profissionais dos eventos o exercício de pensarem no que pode ser a próxima década.»
Na minha opinião, vão existir quatro grandes eixos catalisadores da indústria dos eventos nos próximos 10 anos. Definiria os mesmos como:
Propósito / Experiencial / Sustentável / Conectividade.
Propósito, porque cada vez mais as audiências procuram eventos que lhes digam algo, que lhes transmitam e se revejam nos valores dos mesmos e estejam relacionadas com os seus gostos e ideologias. Assistimos cada vez mais na sociedade ao surgimento de comunidades em torno dos temas mais variados, e as empresas de eventos vão ter de passar necessariamente a estar atentas de forma contínua a esses fenómenos sociais e como podem ser transformados por nós em oportunidades.
Experiencial, porque os eventos já não se podem guiar pelo manual de sempre. Cada vez mais, no futuro próximo, o consumidor, seja num evento de massas, corporativo, ou mesmo a título privado, vai querer participar em experiências, fazer parte de algo exclusivo e sentir que aquele acontecimento foi feito a pensar em si. A criatividade na forma de experiências vai ser um fator-chave no sucesso dos eventos na próxima década.
Sustentável, porque se existe algo que a Covid-19 nos tem mostrado, é que não podemos continuar a tratar a natureza e o planeta no seu todo como o caixote do lixo da humanidade. Seja qual for a indústria ou setor, todos vamos ter de incluir cada vez mais soluções e serviços que tornem o mundo mais verde. Os eventos não são exceção e têm um papel fundamental neste capítulo. Não é uma questão de opção, é mesmo de sobrevivência da espécie, pois estamos todos em contrarrelógio. Não fazer nada, não nos importarmos ou contribuir para a mudança, é suicídio coletivo, é o fim da linha e, pelo menos que me recorde, não conheço nenhum outro planeta azul.
Conetividade, porque a recente transformação digital que estamos a viver, entre plataformas de streaming, eventos híbridos, amplificação de redes sociais e advento de novas tecnologias, como seja a entrada em cena do 5G, implica que os eventos passam a ir ter com o seu público-alvo e não o contrário. Hoje, um participante num congresso pode estar a assistir a partir de casa, ou de qualquer outro lugar. As deslocações e os locais deixam de ter importância e tudo se passa a ligar entre físico e digital. O fator económico para muitas empresas vai ter um peso importante na decisão entre presencial ou digital, a par de querermos ter soluções que previnam um futuro com novos vírus entre nós. Por isso mesmo, o futuro implica conectividade a diferentes níveis, cruzando tecnologias com pessoas como nunca antes.
Por último, espero que independentemente do que possa vir a acontecer nos próximos 10 anos, possamos continuar a contar com profissionais de excelência e publicações independentes, como seja a EventPoint - que muito tem feito pela indústria dos eventos, sendo no meu entender um dos setores-chave na economia e divulgação da marca Portugal.
Rui Batista – Live & Digital Events Director na UPPartner
© Rui Batista Opinião
Live & Digital Events Director na UPPartner