< PreviousPEDRO MAGALHÃES EUROPALCO A entrada de Pedro Magalhães no setor dos eventos aconteceu ainda na adolescência e quase por acaso: “Tudo começou numa brincadeira, com festas em casa que rapidamente saíram de casa para as escolas secundárias. A partir daí tudo foi acontecendo, até aos dias de hoje”, revela. WWW.EVENTPOINT.PT 40 DOSSIÊ TEMÁTICO O facto de “não ter dois dias iguais” é do que mais gosta nesta atividade, mas reconhece que existem também aspetos que lhe agradam menos: “A falta de respeito e a incapacidade de reconhecimento do esforço que por vezes temos para conseguir materializar alguns dos projetos. Felizmente isto não acontece com frequência”. Após muitos anos nesta área Pedro Magalhães ainda encontra motivação para continuar e para ser melhor. Uma motivação que, confessa, vem da “vontade de querer fazer sempre diferente e melhor do que o anterior”. Entre as muitas memórias de uma carreira, elege algo que aconteceu há pouco tempo como um dos momentos marcantes: “Uma boa memória e marcante foi o evento que fizemos para os Rotários. Terá sido o primeiro evento planeado com muito tempo de antecedência e ao detalhe”. MOMENTOS TENSOS E HILARIANTES Existiram outros em que o resultado poderia não ter sido tão satisfatório como seria desejável, mas em que tudo se resolveu, graças ao profissionalismo e dedicação: “Foi num evento para a Desafio Global – EDP. Tínhamos um ecrã com 80x12m e, no dia de ensaios e após os mesmos, por volta das 21 horas, detetámos um defeito no ecrã que prejudicava a imagem. O evento começava no dia seguinte às 8 horas, tínhamos um ecrã com defeito e estávamos sem tempo. Juntámos a nossa equipa de produção para perceber o que poderíamos fazer e tomámos a decisão de desmontar e produzir um novo ecrã e voltar a montar e afinar projetores de vídeo. Tudo isto em menos de oito horas e graças à excelente equipa completamente focada no cliente e no resultado final”, recorda. E entre os muitos momentos hilariantes que já viveu, escolhe um, passado durante uma reunião com um cliente: “Um parceiro estava a sugerir a utilização de um elefante num evento. O cliente, no final, e a medo, perguntou: Não levem a mal, mas... e se o elefante tiver de fazer uma necessidade? Sem hesitar, o nosso parceiro, entusiasmado, respondeu: Oh meu querido amigo, estamos a falar de elefantes profissionais. Levam um clister antes de entrarem em palco”.PEDRO PEREIRA E PAULO PEREIRA 432 Pedro e Paulo Pereira são irmãos e partilham o gosto pela música. E é justamente aí que começa o seu percurso e a história da empresa. “A 432 nasceu do Quarteto dos 3 Irmãos Pedro e Paulo. Somos músicos de formação e era isso que fazíamos; tocávamos e cantávamos”. WWW.EVENTPOINT.PT 42 DOSSIÊ TEMÁTICO Comunicadores por natureza, “rapidamente tivemos a oportunidade de fazer algumas animações em jantares de empresas, porque no corporate entertainment dos anos 90 era assim que acontecia”, recordam. “Agarrámos a oportunidade e vimos ali um nicho interessante para o nosso talento. A partir daí começámos a ser muito requisitados pelas empresas e agências, para as animações dos seus eventos”, contam, considerando que “a capacidade de adaptação a cada cliente e a cada evento” foi determinante. Com o passar dos anos a equipa foi crescendo, foram estabelecidas parcerias e as soluções oferecidas também aumentaram, centrando‑se em conteúdos de comunicação interna para as empresas, quase sempre sob a forma de performances ao vivo ou ações de team‑building através de artes performativas. A motivação é dada por sentirem que “cada cliente é sempre um novo desafio”: “É conseguir dar resposta ao que nos pedem e ir um pouco mais além, surpreendendo os nossos clientes. Sentir que podemos, através das nossas ferramentas que estão quase todas ligadas às artes, fazer a diferença na vida de cada colaborador e das empresas”. “Despertamos emoções, porque acreditamos que as emoções são âncoras de memória. Uma emoção faz com que um momento perdure no tempo. O que se sentiu naquele dia não se esquece”, sublinham, lembrando que estas emoções, aliadas ao papel ativo que cada pessoa desempenha nas ações que promovem, fazem com que “as pessoas fiquem mais comprometidas com os seus colegas, com as suas empresas e as suas marcas”. A parte favorita da sua atividade é sentirem que têm, por parte dos clientes, “carta‑branca” para dar asas à imaginação: “Os clientes permitem‑nos sonhar; essa liberdade, que nos traz grande responsabilidade, faz‑nos sair muitas vezes da nossa zona de conforto e, de certa forma, tem sido o que nos fez evoluir e melhorar cada dia. Sempre evoluímos no meio de tempestades”, revelam. Mas não é tudo. Há outro aspeto realmente apelativo: “Do que mais gostamos é da sensação natural de nunca sentirmos que estamos a trabalhar; brincamos muito em serviço”. No entanto, nem tudo são momentos descontraídos e há situações na área dos eventos que desagradam aos dois irmãos: “Do que menos gostamos é do tempo que perdemos a desenhar propostas para depois percebermos que a comunicação foi muito pouco eficaz do lado do emissor”, afirmam, criticando também “concursos que não fazem sentido nenhum e cuja informação é parca ou subjetiva”. “Seria muito importante este setor estar mais unido no sentido de educar os clientes a respeitar o nosso trabalho. Noutras realidades os clientes pagam pelas propostas criativas e essa seria uma boa solução para que este abuso deixasse de acontecer”, consideram. Entre as histórias que destacam estão aquelas em que sentem que deixaram uma memória forte nas pessoas com quem trabalharam: “Acontece‑nos muitas vezes e é sempre uma força que nos motiva que é estarmos num sítio, às vezes até em contexto familiar, e as pessoas virem ter connosco e dizerem que estiveram connosco há 10 ou há 15 anos naquele evento e que nunca mais se esqueceram daquela noite em que tocaram violino ou acordeão. Acontece mesmo muitas vezes e é muito gratificante”. Outro exemplo que os motiva e que os faz sentir que fizeram a diferença na vida de um cliente: “Há uma marca, um grande laboratório, que construiu connosco um hino que, passados 12 anos, ainda cantam e o ensinam aos novos”. MEGAFONES E O MÉTODO BALCÂNICO Na memória está também um evento que podia não ter corrido muito bem, mas que acabou por ser bem‑sucedido: “Era uma reunião em que se premiavam colaboradores da marca que atingiam 25 anos de serviço e que aconteceu provavelmente no dia mais quente do verão daquele ano. Subitamente faltou a energia elétrica. Lembro‑me que foi no Alentejo e fizemos o espetáculo todo para cerca de 300 pessoas... com um megafone e foi memorável. Ou seja as coisas podiam não ter corrido bem mas... acabaram por correr ainda melhor”. WWW.EVENTPOINT.PT 44 DOSSIÊ TEMÁTICO A boa disposição é uma constante do trabalho de Pedro e Paulo, que elegem como momento mais hilariante a participação no Challenger’s Trophy enquanto equipa de animação: “Mas, estávamos disfarçados de uma equipa normal num esquema de Teatro Invisível, coisa que ainda hoje fazemos. Neste caso, criámos uma empresa fictícia (webizada) de cobranças difíceis que até tinha um site e hot‑line e que se designava www.quemnaopaga.com. Era algo entre o credível e o muito estranho e que também iria participar na prova. Tínhamos um método de cobranças infalível; o método balcânico!”. E como é que uma empresa fictícia se integrou num evento destes? Na perfeição, já que os dois irmãos pensaram tudo ao pormenor: “Fazia todo o sentido para a nossa marca começar em Portugal no seio deste evento que reunia cerca de 500 participantes com a presença de CEOs e quadros de topo de grandes marcas do nosso país. Era a nossa marca que patrocinava o momento da alvorada através de um jingle radiofónico que acordava o acampamento inteiro, portanto fomos muito notados. A performance da equipa era também muito credível do ponto de vista do discurso de proximidade com os participantes; fazíamos networking distribuindo cartões e charme”. “Fomos tão credíveis durante o processo de ativação que, mesmo depois de termos desmontado o ‘boneco’ e de termos feito o show musical da segunda noite, havia ainda quem continuasse a querer celebrar contratos connosco”, contam. SÍLVIA CARVALHO IMPPACTO CATERING & EVENTOS Para Sílvia Carvalho, a entrada no mundo dos eventos acabou por ser o percurso natural na sequência da área de formação que escolheu. Se na adolescência ainda hesitou entre jornalismo e advocacia, viria mais tarde a optar por gestão hoteleira, fazendo também um mestrado em Marketing Internacional em Barcelona. Sílvia Carvalho, terceira a contar da esquerda WWW.EVENTPOINT.PT 46 DOSSIÊ TEMÁTICO “Inicialmente trabalhei em hotéis, na área da gestão de eventos, mas desde que vim de Barcelona que estive sempre ligada ao catering”, conta. Se na juventude tinha dúvidas quanto ao caminho profissional a seguir, hoje não se imagina a fazer outra coisa, confessando mesmo que “ia ser muito infeliz num emprego das 9h00 às 18h00”. A sua principal motivação é, admite, “a adrenalina”: “Gosto do facto de um dia nunca ser igual e de nenhum evento ser igual. É sempre um desafio. Trabalhar nesta área é estar sempre a superar o que foi feito e a surpreender os clientes fiéis”, revela com entusiasmo. Mas é justamente esta exigência constante que aponta como a componente menos entusiasmante da área de eventos: “Parece um pouco bipolar, mas do que menos gosto é da falta de tempo. Porque quando gostamos do que fazemos acabamos por sacrificar algo e muitas vezes é esse lado pessoal e as pessoas de quem gostamos. Tenho duas filhas e olho para elas, vejo‑as crescidas e pergunto se valeu a pena”, confessa. UM NEGÓCIO DE FAMÍLIA... OU NÃO Apesar de tudo, esta é uma área propícia a bons momentos e boas histórias e Sílvia Carvalho elege uma, que embora não tenha ocorrido num evento, está diretamente relacionada com o seu trabalho: “Trabalhei durante 19 anos na Silva Carvalho, uma empresa que tem o nome quase igual ao meu. Nessa altura tinha uma cliente que, sempre que falava comigo pelo telefone, mandava cumprimentos para o meu marido. Eu achava aquilo um pouco estranho, mas agradecia”, conta, prosseguindo: “Um dia, estava eu grávida da minha primeira filha, e já de 7 meses, e fui a uma reunião com essa cliente. Mal abriu a porta, ainda antes de dizer fosse o que fosse, exclamou: então o senhor doutor, com aquela idade, vai ser pai? Tive de explicar que o doutor não era meu marido, mas meu patrão”. “Essa questão do nome levava muita gente a pensar que eu era filha do dono ou casada com um dos filhos e tive muitas peripécias relacionadas com isso”, revela.Entre os momentos mais desafiantes que viveu elege a inauguração do Dolce Vita Tejo: “Tínhamos 5000 pessoas convidadas e, à boa maneira portuguesa, no dia da inauguração as obras ainda não tinham acabado. As ligações elétricas estavam sempre a ter problemas e na área de restauração, que ainda estava vazia, só estavam as nossas mesas de vidro”. O que, só por si, já era problemático: “Estava sempre a ser avisada de que as mesas estavam cheias de pó. Estávamos sempre a limpar, mas passado pouco tempo tínhamos de limpar outra vez, porque o pó voltava. Para piorar a situação, tínhamos os fornos sempre a ir abaixo, porque tivemos de ir buscar eletricidade à obra. Achei que ia ter 5000 pessoas e nada para servir. Via o tempo a passar, o pó sempre a acumular e só pensava que ainda alguém ia ter uma intoxicação alimentar”, confessa. No fim, e apesar de todos os contratempos, tudo acabou bem: “Colocámos a comida só depois de as pessoas terem chegado, e, tanto quanto sei até hoje, ninguém teve problemas”. WWW.EVENTPOINT.PT 48 DOSSIÊ TEMÁTICO SÓNIA BROCHADO BTRUST Sónia Brochado não deixa margem para dúvidas quanto à importância dos eventos na sua vida: “A área de eventos vive comigo há muitos anos”, diz, admitindo assim que, mais do que uma atividade, esta é uma forma de vida. Sónia Brochado, de vermelho No seu caso, tudo começou quando era dirigente associativa na faculdade, tendo organizado vários eventos nacionais e internacionais pela AIESEC. Mais tarde, quando já era consultora de marketing freelancer, sentia que lhe faltava algo. Até que a Universidade de Aveiro a convidou para falar num painel sobre a geração dos 30 e as suas aprendizagens: “Ao preparar‑me fiz um exercício sobre o que me faltava para acordar todos os dias com muita energia e ter um brilho Next >