< PreviousA Drones & Co. também oferece espetáculos à medida, “feitos para os clientes e adaptados ao momento”, sejam eles celebrações específicas, casamentos, épocas festivas (Natal, Passagem de Ano ou Páscoa) ou comemorações associadas a uma empresa (lançamento de marca, aniversário da empresa, etc.) ou a um Município (Dia do Município, Romarias, Festas da Cidade, …), por exemplo. “Os eventos públicos e corporate são os principais clientes”, conta Mélanie Cagnon, cofundadora e COO da empresa, que promove espetáculos de luzes com drones. Em carteira, e além das criações próprias, tem o espetáculo ‘Natal nas Estrelas’ e está, no momento, a preparar um outro espetáculo, intitulado ‘Aurora’. DRONES E FOGO‑DE‑ARTIFÍCIO: UMA ALIANÇA QUE FUNCIONA Os espetáculos de drones têm vindo a conquistar o seu espaço no mercado dos eventos, mas de que forma este tipo de serviço pode evoluir no futuro? Para Ivo Fernandes, “os drones já são o futuro”. O responsável da Ivo Shows considera que “poder pintar o céu com cores, segundo uma coreografia que desenhamos previamente, permite‑nos passar a melhor imagem de uma marca”, pelo que a empresa acredita “que os drones vão trazer muito aos espetáculos portugueses”. Assim, não está “fora de hipótese” a Ivo Shows “criar um produto ‘chave na mão’, com espetáculos completos: com dança ou música”, revela. Mélanie Cagnon considera que o serviço de espetáculos com drones pode evoluir de várias formas. “Está no início do seu desenvolvimento e vai, com certeza, poder integrar ou aliar‑se a outras tecnologias. Mas o futuro é que nos irá dizer. Também temos de guardar alguns segredos para cativar o público”, esclarece. WWW.EVENTPOINT.PT 70 RADAR Para Bruno Simões, “mesmo que o processo de licenciamento para este tipo de espetáculos tenha sofrido alterações, com a entrada da nova legislação europeia para drones, e tenha colocado maiores desafios, o nosso objetivo mantém‑se em disponibilizar este tipo de serviço para todo o tipo de eventos e a preços atrativos para os nossos clientes.” E se, por um lado, este serviço “poderá ser muito útil para eventos ao ar livre em zonas com interdição de fogos‑de‑artifício, por risco de incêndios, por exemplo”; por outro lado, “a integração de espetáculos de drones com o fogo‑de‑artifício permite criar conteúdos ainda mais aliciantes, tornando os eventos mais ricos em termos de mensagem para as audiências dos clientes”. Para o responsável da Ghostysky, “poderemos ver, num futuro próximo, este tipo de espetáculos de uma forma mais comum nos espetáculos nacionais”. Bruno Simões não considera que os drones podem substituir o fogo‑de‑artifício e defende que cada um desses espetáculos tem o seu próprio espaço. “Acredito que a junção dos dois é a real mais‑valia para os clientes e audiências.” Nesta matéria, também Ivo Fernandes defende que, “apesar da espetacularidade dos drones, vemos isto como um complemento e não como uma quebra”. E explica: “Ambos são especiais à sua maneira e ambos passam imagens e sentimentos de festa, mas um não substitui o outro. Quando juntamos os drones ao fogo‑de‑artifício num espetáculo, conseguimos torná‑lo ainda mais especial e único.” © Ghostysky Mélanie Cagnon segue a mesma linha de pensamento e sustenta que “o fogo‑de‑artificio tem o encanto que tem e é único”. Para a responsável da Drones & Co., “os drones são, sem dúvida, uma alternativa interessante que vai permitir surpreender o público. Já realizamos alguns espetáculos em conjunto com pirotecnia e esse ‘casamento’ funciona muito bem”, conta. RETOMA PODE TRAZER OPORTUNIDADES O desejo de integrar espetáculos com drones no mercado dos eventos é comum e, para isso, é necessária a retoma da indústria. “Infelizmente, a pandemia veio afetar o desenvolvimento de espetáculos nos eventos ao ar livre. Para a adoção dos espetáculos de drones por parte dos clientes, é necessário podermos ter uma normalização na implementação dos eventos e, nesta parte, o controlo da pandemia é fundamental”, afirma Bruno Simões, adiantando: “Aquilo de que gostaríamos é que este período pandémico possa ser, finalmente, ultrapassado e que possamos integrar os nossos espetáculos em futuros eventos.” © Ivo Shows WWW.EVENTPOINT.PT 72 RADAR Ivo Fernandes lembra que, embora os espetáculos de drones permitam evitar aglomerações, estes “não surgiram devido à pandemia”, que até levou ao cancelamento da maior parte dos espetáculos e a uma redução do trabalho. No entanto, ressalva, “acreditamos que, com as novas normas e a redução das restrições, tudo ficará encaminhado para que haja novas oportunidades para mostrarmos esta tecnologia de coreografar o céu ao público”. Segundo Mélanie Cagnon, “existe muita ‘timidez’ e lentidão na retoma” em Portugal. Apesar de esta ser uma “excelente solução” para quem procura espetáculos que possam ser vistos à distância, “quem toma as decisões ainda prefere evitar os eventos que podem promover aglomeração”. Todavia, a Drones & Co. já sente que “o mercado mexe” e, hoje em dia, já tem tido “muitos mais pedidos de orçamento para o território nacional e estrangeiro”, conclui. Maria João Leite Cláudia Coutinho de Sousa © Ghostysky A ESTRATÉGIA DE MARKETING ESTÁ ASSENTE NA ANÁLISE E NÃO BASEADA NO ACHISMO! WWW.EVENTPOINT.PT 74 OPINIÃO EU ACHO, TU ACHAS, ELES ACHAM E JÁ AGORA O MARKETING LIMITA‑SE A EXECUTAR! O diretor de marketing, os departamentos e a direção estabeleceram e aprovaram uma estratégia materializada num plano de marketing. Tudo está definido, com o que a definição de “tudo” pode incluir num processo dinâmico: mudanças, adaptações, reajuste, reações, análises de dados, métricas e novas medidas de atuação. Mas eis que no processo de implementação aparecem Eu Acho, Ele Achou, Nós Achamos e, já agora, vocês Marketing mudam! O coronavírus acelerou, de facto, muitas tendências que eram previstas para os próximos anos, como o aumento no número de colaboradores em home office e o alto consumo de produtos e serviços de forma totalmente online. Todos nos tornamos mais “digitais”, assistimos a webinares, publicamos mais e, por isso, assumimos um estatuto mais crítico, porque juntamos uma série de informação baseada, por vezes, em poucos estudos e chegamos a uma conclusão: o Marketing e a Comunicação são a mesma coisa! E avançar com este pressuposto? A comunicação é uma das ferramentas do marketing e não marketing por si mesmo. A estratégia de Marketing está assente na análise e não baseada no Achismo! Explicado o conceito, eles conseguem completar com um “já agora”, mencionando que a concorrência está melhor e fez muito mais do que nós. Acredito que estratégias de marketing devem ser pautadas em dados demográficos e no público‑alvo: no seu comportamento, medos e preferências. As estratégias de marketing podem ainda integrar ações com foco no aumento da sensação de segurança e bem‑estar, promovendo a tranquilidade. Isso pode contribuir para ampliar a confiança do lead das marcas. Leads, interação, conversão e partilha. Efetivamente, o marketing das empresas, as marcas têm tido nestes últimos dois anos uma reação superior a um planeamento, o que não significa que seja uma reação impulsiva que permita integrar um Achismo generalizado. Novos perfis de consumidor Relembro que os 4P (preço, produto, praça, promoção) do marketing ainda persistem, mesmo que assumam um caráter dinâmico e adaptado a novos perfis de consumidor. Consumidor, utilizador, fã, cliente… Cada vez mais, a compartimentação que outrora estava mais arrumada, aparece, na atualidade, com muitas particularidades e detalhes. O planeta e as pessoas serão certamente os temas que vieram para ficar, voltando aos temas de toda uma história da humanidade: quem somos, onde estamos e para onde vamos. Os egos em movimento, em perfeita ansiedade, onde o silêncio e o offline têm cada vez mais dificuldade em afirmar. Está a estudar‑se um comportamento de um consumidor que se transforma rápido e vários estudos têm sido feitos. Naturalmente, quando é matéria intensa de estudo significa que poucas certezas existem. A WGSN (Worth Global Style Network) desenhou o perfil de três tipos de consumidores: 1. OS “COMPRESSIONALISTAS” As pessoas exaustas que querem agarrar e resolver tudo, mas que a ansiedade dificulta o processo. Interagir com este público significa ajudar na organização, privilegiar a qualidade ao invés da quantidade. É a aposta na navegação fácil, na utilização da inteligência artificial no processo de compra. WWW.EVENTPOINT.PT 76 OPINIÃO 2. OS GUARDIÕES DA EMPATIA A empatia e resiliência são as novas skills após adaptações constantes. Este público valoriza as pessoas em prol do lucro. Privilegiam a escolha de empresas que são humildes e transparentes nas suas ações, marketing com propósito e marcas que trabalham os seus valores no posicionamento de mercado. 3. OS CRIADORES DE MERCADO Pessoas ativas que criam as suas próprias oportunidades. Este público valoriza a cocriação de marcas que trabalham numa relação de proximidade com os seus consumidores, mercados locais e cadeia de valor. Todos estes perfis valorizam o planeta, a reciclagem, a reutilização e a economia circular. Forçosamente, vai existir uma adaptação às mudanças climáticas e à escassez de recursos. Com a paragem do mundo por alguns instantes, voltou a consciencialização do cuidar, do espaço casa, do local que se escolhe para trabalhar e das opções/ experiências que se pretendem seguir. A dessincronização social significa que as pessoas continuam a fazer as mesmas coisas, mas em tempos diferentes. As marcas e empresas só têm que descobrir como encaixar o Eu acho, Tu achas, Eles acham e todos nós conseguimos! Ana Bolina Diretora de Marketing da Sociedade Comercial C. SantosMELHORAR A EXPERIÊNCIA DO PARTICIPANTE, TORNANDO‑A MAIS “EXCLUSIVA” WWW.EVENTPOINT.PT 78 VENUES VENUES: OPORTUNIDADES E DESAFIOS A covid‑19 provocou alterações nos venues que se vão manter por muitos anos, quem sabe até para sempre. Estivemos à conversa com Mark Cooper, CEO da International Association of Conference Centers (IACC), durante o Fórum de Turismo de Negócios, que decorreu no Altice Forum Braga. “Tudo mudou e nada mudou”. Mark Cooper explica esta aparente contradição, lembrando que o que não mudou foi a vontade de estarmos juntos presencialmente, mas o como, onde e em que termos o fazemos, alterou‑se claramente. O F&B foi uma das áreas em que se assistiu a mais profundas alterações. Se, no passado, se apostava em juntar as pessoas numa área comum de refeição, o que assistimos hoje, segundo o CEO da IACC, e “não surpreendentemente”, é uma mudança para almoços e jantares mais privados. “Apesar de querermos continuar a colaborar entre todos no mesmo grupo, na mesma comunidade, há menos apetite para fazer isso num ambiente partilhado”, refere, e em resultado disso, “os venues podem ser mais criativos e, por exemplo, contar com um chef privado, ou uma equipa privada que sirva o grupo durante toda a duração do evento”. Isso, segundo o responsável, pode permitir ao venue melhorar a experiência do participante, tornando‑a mais “exclusiva”. O ar livre foi algo muito fomentado nos últimos meses. Durante este período, de uma forma geral, preferimos almoçar e jantar em esplanadas do que no interior dos restaurantes. Nos venues, e nos eventos, acontece a mesma coisa: o desejo de experiências gastronómicas no exterior, ao ar livre, longe de áreas indoor, com grande concentração de pessoas. Isto faz sentido em termos da transmissão da doença, claro, “mas, Next >