< Previous“UM EVENTO SEM UM BOM VENUE É COMO JOGAR FUTEBOL NUM MAU RELVADO” WWW.EVENTPOINTINTERNATIONAL.COM 50 VIDA DE EVENTOS NUNO SARDINHA “É APAIXONANTE CONSEGUIRMOS SEMPRE O QUE NUNCA FOI FEITO” Nuno Sardinha é sales manager do Casino Estoril e até aqui chegar teve várias experiências. “Enquanto aluno do curso de Turismo do Instituto Superior de Novas Profissões, fui comissário de bordo da TAP Air Portugal; uma experiência enriquecedora, onde a palavra ‘monotonia’ não existe.” Já trabalhava no Casino Estoril, quando obteve a licenciatura em Gestão de Empresas Turísticas na mesma instituição de ensino. “Entrei para os quadros da Estoril Sol em março de 1994. Sempre na área comercial, comecei por desempenhar as funções de promotor de vendas. Mais tarde, viria a ser convidado para o atual cargo de sales manager”, conta. Nesta função, Nuno Sardinha lida com o universo dos eventos, uma área “desafiante, sempre num ritmo alucinante”, mas onde está “sempre focado no sucesso do evento e, por consequência, na satisfação do cliente”. E “quando se trabalha numa empresa como o Casino Estoril, este desafio é elevado ao limite!”, por ser “uma referência mundial” e por ter “uma oferta ímpar de soluções”, o que permite a realização de vários tipos de eventos. Nuno Sardinha explica que o Casino Estoril é um “espaço de jogo que concilia a oferta de restauração, animação e cultura em perfeita harmonia”, onde é possível “jogar” com os diferentes espaços, como o Salão Preto e Prata, o auditório, uma sala intermodal adaptável, a galeria de arte ou os restaurantes. “E isso é apaixonante, conseguirmos sempre o que nunca foi feito.”E se Nuno Sardinha gosta desse ritmo acelerado e de jogar com as múltiplas ofertas do espaço onde trabalha, do que menos gosta é dos “cancelamentos de grandes eventos de nível internacional, na medida em que não só nós, Casino Estoril, perdemos esse evento, mas porque os destinos Estoril e Portugal também perdem”. E acrescenta: “O que queremos é captar o maior número de eventos possível e, se forem de escala internacional, perfeito, uma vez que envolve a aviação, hotelaria, agências de viagens/DMC, empresas de serviços, restauração. E assim todos ficam a ganhar.” Para jogar futebol é importante um bom relvado… O venue é uma peça importante no sucesso de um evento. Sendo um amante de futebol, Nuno Sardinha recorre à modalidade desportiva para explicar a ideia. “Um evento sem um bom venue é como jogar futebol num mau relvado. As facilities de um venue são fundamentais para o sucesso de qualquer evento e nestas facilities incluo não só a oferta de espaços devidamente equipados para as diversas soluções, mas também a permanente formação de todo o staff envolvido.” E a estes fatores é necessário juntar “todos os procedimentos e normas instituídas, desde a segurança à responsabilidade ambiental e à sustentabilidade nas empresas. Esta responsabilidade não se esgota a nível empresarial, mas também a nível individual. Todos estes fatores tornam o venue num espaço com identidade própria, singular, tornando‑se num fator a favor no momento da decisão”, adianta. Nuno Sardinha conta com 28 anos de percurso no Casino Estoril, sempre na área dos eventos, e lá soma vários eventos marcantes. “Todos eles foram importantes no seu tempo, uns com maior dimensão e projeção mediática, outros de caráter mais privado.” E mesmo sem destacar nenhum evento como o mais marcante, o sales manager do Casino Estoril partilha algumas histórias… WWW.EVENTPOINTINTERNATIONAL.COM 52 VIDA DE EVENTOS “Um quadro nunca visto” Nuno Sardinha começa por lembrar o Laureus World Sports Awards, que, “pela sua natureza, deixou marcas”. Afinal, “trata‑se da Cerimónia dos Óscares, desta vez não do cinema, mas do desporto. Nele estiveram presentes membros de famílias reais, os mais altos dignatários do nosso país, diversas lendas do desporto, atores de Hollywood, enfim, o mundo estava centrado no Estoril, no casino”, recorda o responsável, acrescentando que o evento “foi transmitido para dezenas de países, com um elevado impacto mediático”. Além disso, foi um evento “com elevadas medidas de segurança, desde a credenciação de todos os funcionários envolvidos na operação junto do MAI [Ministério da Administração Interna] à montagem de pórticos de segurança para deteção de metais em todos os espaços onde se realizou o evento, ‘clean areas’ feitas por cães, entre outros. Envolveu dezenas de profissionais de diversas áreas, desde segurança, credenciação, F&B, animação, enfim, eram reuniões muito alargadas”. Muito trabalho, mas com resultados positivos. “O esforço compensou todas as limitações e elevou o nome do casino, do Estoril e de Portugal!” Quando desafiado a contar um momento marcante em que as coisas podiam não ter corrido como planeado, Nuno Sardinha lembra o dia da antestreia de um espetáculo, produção própria, que coincidiu com o dia do ‘Buzinão’ na Ponte 25 de Abril, em Lisboa. “Os camiões que transportavam o guarda‑roupa ficaram retidos na outra margem, sem qualquer hipótese de tomar outro acesso.” Nuno Sardinha com Fernando Pereira, Cuca Roseta e Rui Veloso O cenário parecia complicado. Contudo, e “depois de informamos o cliente de que não conseguiríamos a apresentação do espetáculo como era nossa intenção”, as coisas mudaram. “A meio da tarde, e fazendo uso da nossa carteira de artistas amigos, conseguimos uma solução que, não sendo a acordada, foi de igual agrado do cliente”, relatou. Com tantos anos de serviço, “há sempre momentos que vão perdurar na nossa memória”. E Nuno Sardinha diz que nunca se vai esquecer de um jantar, onde estiveram presentes cerca de 500 pessoas de nacionalidade japonesa. “Tratava‑se de um jantar de incentivo, onde vinham jantar e assistir ao espetáculo então em cena. As coisas começaram a correr mal logo no momento em que os convidados saíram dos autocarros, empunhando as suas sempre inseparáveis máquinas fotográficas. A Lei de Jogo não permite a recolha de imagens em espaços de jogo, pelo que, então, as fotografias não eram autorizadas…” E depois de improvisada “uma entrada direta para o Salão Preto e Prata”, o jantar teve início. “Só se viam ‘flashes’ por todo o lado!” Mas ninguém estava preparado para o que iria acontecer mais tarde… “Após o serviço de café, e quando nos preparávamos para começar o espetáculo, atestámos que mais de metade dos convidados estava a dormir! Uns com a cabeça sobre a mesa, outros deixavam cair a cabeça para trás e para a frente, como se estivessem a marcar golos de cabeça, enfim, um quadro nunca visto”, conta. Ainda assim, “os artistas atuaram como se toda a plateia estivesse ao rubro, mas nem consigo imaginar as vistas do palco… Mais tarde, a agência responsável pelo grupo referiu que os clientes estavam sem dormir há quase 24 horas!”, explica Nuno Sardinha. Maria João Leite WWW.EVENTPOINTINTERNATIONAL.COM 54 VIDA DE EVENTOS “TIVEMOS DE FAZER DIFERENTE E FIZEMOS ISSO COM BASTANTE RAPIDEZ E EFICÁCIA” WWW.EVENTPOINTINTERNATIONAL.COM 56 VIDA DE EVENTOS SIMÃO SILVA “EQUIPAS FELIZES FAZEM O SUCESSO DE UM EVENTO” Foi “um pouco por acaso” que Simão Silva chegou à área dos eventos. Aquele que é atualmente um dos business unit managers da RXF entrou na empresa de audiovisuais e multimédia ainda antes de ela própria ser criada… “Costumo dizer na brincadeira que sou o colaborador zero, pois antes de a empresa nascer já trabalhava com o Pedro [Miguel Ramos, o dono da empresa] em alguns projetos na área de informática. E, por isso, fui convidado a integrar esta grande empresa”, explica. Informática é a sua área de formação, “mais especificamente sistemas e redes”. No início de atividade da RXF ocupou a posição de técnico de informática, dando apoio aos escritórios dos 15 clientes que a empresa tinha na altura. “Na realidade, a área audiovisual passou‑me um pouco ao lado e até nem estava muito interessado”, ressalva. Mas o cenário iria mudar. “Algures no início de 2009, começamos a ter o Departamento de TI [tecnologia de informação] a ser cada vez mais necessário na área dos eventos. Era cada vez mais requisitado para desenhar a arquitetura de rede nos vários congressos e também com soluções de interatividade. A partir daí, ganhei o ‘vício’ e já não larguei esta área que tantas experiências e dinamismo nos proporciona. É como ver um filho crescer”, complementa. A principal motivação “é ver a RXF a crescer de dia para dia”. É que, “tendo entrado desde o primeiro dia, a 20 de março de 2007, é realmente impressionante ver o que éramos, o que conseguimos em fase de covid, durante 2020 e 2021, e o que já atingimos neste 2022”, sustenta Simão Silva. E acrescenta existir uma outra motivação, “e que por vezes não é unânime”, que está relacionada com o dinamismo da área dos eventos. “Num dia podemos estar num hotel em Lisboa, noutro dia podemos estar em Sevilha ou Budapeste noutro tipo de evento completamente diferente. Apesar de ser desafiante a nível pessoal, torna‑se fantástico ver o resultado de todos os projetos, independentemente da sua complexidade.” E é disso que, sem dúvidas, Simão Silva gosta nesta atividade, de “ver o resultado final de um projeto depois de vários meses de planeamento, onde temos as equipas das diversas áreas a trabalhar em conjunto para o sucesso do evento. E tenho sempre uma máxima que é: fazermos cada projeto com muito profissionalismo e divertimento, porque se não for assim é porque não o estamos a fazer bem. Equipas felizes fazem o sucesso de um evento”. Por outro lado, “o lado menos agradável desta área será, sem dúvida, as horas despendidas em cada projeto para que o cliente tenha o seu evento como idealizou. Digo menos agradável, porque, na realidade, acaba por fazer parte de quase todos os projetos, pois, por vezes, temos algumas imprevisibilidades que não controlamos e que são normais em todas as áreas”, frisa. “Dar resposta a todos os desafios propostos” Perante a dificuldade de escolher o evento mais marcante do seu percurso, Simão Silva criou um ‘Top 3’. Desta forma, destaca o evento BCG, em 2019, “onde tivemos vários venues em simultâneo, com cerca de 2.000 pessoas, durante uma semana”; o Congresso Português de Cardiologia, em 2016, “pois foi a estreia da RXF neste congresso e sociedade médica, onde fomos responsáveis pelos audiovisuais, plataformas, posters digitais, etc.”; e a reinvenção da empresa em tempos de covid, “talvez o evento mais marcante” e de referência obrigatória. WWW.EVENTPOINTINTERNATIONAL.COM 58 VIDA DE EVENTOS “Após termos fechado a meio de março, conseguimos reunir toda a equipa e desenhar o nosso futuro, ainda que numa nova vertente. Em maio de 2020 já estávamos a fazer eventos no nosso estúdio 1 e, no último trimestre desse ano, produzimos todos os eventos que habitualmente eram presenciais em modo totalmente virtual e com sucesso”, sublinha. Para Simão Silva, essa “foi uma fase onde tivemos de fazer diferente e fizemos isso com bastante rapidez e eficácia”. E adianta: “Hoje podemos afirmar com clareza que, além de termos ajudado os clientes já existentes com diferentes soluções inovadoras nesta fase de covid, tivemos também novos clientes que nos procuraram pela inovação.” Esta foi então uma fase importantíssima e marcante, que levou à reinvenção da empresa, a partir de março de 2020, com os eventos híbridos. “Conseguimos dar resposta a todos os desafios propostos e isso só se consegue com uma equipa fantástica onde todos – logística, audiovisuais, vídeo e fotografia e tecnologias de informação – deram o seu contributo.”Next >