< Previous“SOU UMA MULHER DE MISSÕES” WWW.EVENTPOINTINTERNATIONAL.COM 60 VIDA DE EVENTOS CARLOTA RIBEIRO FERREIRA “A ADRENALINA DE PRODUZIR E FAZER ACONTECER EM DIRETO, SEM DIREITO A REWIND, É EMPOLGANTE” No dicionário, a palavra desafio é sinónimo de provocação, de estímulo, de desencadear uma reação ou provocar um aumento de intensidade e de energia. Talvez por isso não seja coincidência que desafio seja uma das palavras mais repetidas pela CEO da Win World, empresa de eventos e projetos de media, fundada em 2008, com a missão de inspirar líderes e empresas para o futuro. “Sou uma mulher deste tempo e sou uma mulher de missões, gosto de uma boa ambição, de um bom desafio e de espaço para criar, surpreender e impactar. O meu trabalho passa por inspirar, elevar e alinhar as pessoas para propósitos maiores. E eu gosto muito disso”, explica Carlota Ribeiro Ferreira. “Gosto de líderes que sonham, que ousam fazer mais e melhor, que têm uma mente ampla e estão comprometidos em levar as suas organizações mais além. É com estes líderes que adoro pensar e construir e procuro conduzir as minhas equipas e a Win World por estes territórios de reflexão e criação maiores. É bom, é desafiante, e crescemos todos”, acrescenta a empresária, defensora da ideia de que pessoas inspiram pessoas. Promotora da Happy Conference, conferência que fomenta uma cultura de felicidade e bem‑estar nas empresas que se traduza numa maior produtividade, Carlota Ribeiro Ferreira acredita que os eventos “são oportunidades únicas para criarmos experiências inspiradoras e transformadoras na vida das pessoas, dos negócios, das sociedades”. E no final, “quando conseguimos idealizar um conceito impactante e agregador, capaz de unir pessoas com interesses comuns, numa experiência poderosa de formação, de desporto ou de entretenimento, podemos evocar emoções, expandir mentes e corações, inspirar evolução”, sublinha a empreendedora, reconhecendo que “tudo isso é muito mágico”. Formada em Gestão e Administração de Empresas, é apaixonada por eventos e diz‑se “fascinada” pela “complexidade operacional de um evento”, pela “quantidade e a diversidade de pessoas em campo, a coordenação rigorosa das equipas nas mais variadas frentes de ação, os meios, a tecnologia, o planeamento, a preparação, a concertação, a energia, o público, os intervenientes, a amplificação”. “Tudo” o que envolve um evento motiva Carlota Ribeiro Ferreira, para quem “a adrenalina de produzir e fazer acontecer em direto, sem direito a rewind, é empolgante. E mais, depois de uma grande realização, a celebração e o compromisso para nos propormos a novas superações”. “Criar e fazer acontecer em múltiplas geografias é um gosto muito grande” Inspirada pelo mundo e fascinada por pessoas comprometidas em fazer a diferença e em criar um futuro melhor, é “difícil” escolher o evento mais marcante a que já associou a sua marca, pois “cada projeto é uma oportunidade incrível de aprendizagem e crescimento”. Ainda assim, a CEO da Win World refere alguns: “As primeiras grandes conferências WWW.EVENTPOINTINTERNATIONAL.COM 62 VIDA DE EVENTOS que organizei com grandes oradores internacionais, porque foram as primeiras e foram logo muito impactantes; a Happy Conference, porque é sempre repleta de magia; as conferências de liderança na Casa da Música, porque fomos construindo ao longo do tempo uma linha muito bonita e única num espaço também muito bonito e único; a National Geographic Summit, porque planeta e condição humana são a nossa maior inspiração e o nosso principal cuidado; a The School of Life Conference, porque trabalhar com o Alain de Botton e a sua equipa neste conceito de tour mundial foi absolutamente maravilhoso; e, claro, todos os projetos internacionais, desde 2012 – e que começaram no Rio de Janeiro e depois se foram estendendo para Washington, Luanda, Bruxelas, Madrid, Houston, São Paulo ou Singapura”. “Amamos o mundo e ter esta oportunidade de criar e fazer acontecer em múltiplas geografias é um gosto muito grande”, conclui. “Mas há muitos mais”, reconhece Carlota Ribeiro Ferreira. O desporto e a leitura têm um papel muito importante no equilíbrio e na vida pessoal da empresária, “antes, durante e depois dos eventos”, por considerar que “são fontes boas de energia”. “É mesmo importante recuperarmos bem para de seguida podermos entregar‑nos a novos desafios”, afirma. Sempre que possível, Carlota Ribeiro Ferreira tenta que o dia a seguir a uma grande produção seja “um dia com uma agenda leve”, que lhe permita ter “menos reuniões, com tempo para um bom almoço”, para ir buscar os filhos e “gozá-los bem, para fazer um bom jantar em casa com eles”. Vasco e Sebastião são, assumidamente, a sua maior inspiração. POSSIBILIDADE DE INOVAR E CRIAR MEMÓRIAS WWW.EVENTPOINTINTERNATIONAL.COM 64 VIDA DE EVENTOS DIOGO REBELO RODRIGUES “ACREDITO QUE O MELHOR NESTE TRABALHO SÃO AS PESSOAS E A TROCA DE EXPERIÊNCIAS” Em 2021 foi considerado uma das 100 pessoas mais influentes na indústria dos eventos pela Eventex, reconhecimento esse que, com orgulho, diz ser o resultado “de muito empenho, ética de trabalho e dedicação”. Mas a chegada de Diogo Rebelo Rodrigues a esta área até foi quase por “acaso”, já que estudou Economia e começou por trabalhar em Auditoria. Só que rapidamente percebeu que este não era o rumo certo e decidiu mudar-se do Porto para Lisboa para estudar Comunicação Empresarial e Relações Públicas. Diogo Rebelo Rodrigues vem de uma família grande “que sempre viveu muito à volta da mesa e que sempre gostou de receber e entreter”. O “bichinho” dos eventos “talvez venha daí – de ver a azáfama de mesas e casas cheias”. Três anos depois de estar em Lisboa, o telefone tocou com o convite para integrar a Casa do Marquês e esta foi a primeira grande experiência na área, sem esquecer uns trabalhos de verão durante as férias da faculdade. A partir daqui, nunca mais parou: em 2017 foi convidado para o Marriott e no ano seguinte fez a transição para a equipa de Catering do Penha Longa, gerido pela cadeia Ritz‑Carlton. Nos dias de hoje, é aqui que desempenha a função de Director of Groups and Events Sales, supervisionando uma equipa de sete pessoas. “A hospitalidade é muito natural para mim” A diversidade de projetos e de clientes é o que mais motiva Diogo Rebelo Rodrigues no seu trabalho. Mas é “a possibilidade de inovar e criar memórias” que realmente o realiza. “Sentir que contribuímos para um momento especial que as pessoas irão recordar por muitos anos é fantástico. Tenho uma paixão por pessoas e por gastronomia, pelo que a hospitalidade é muito natural para mim, a possibilidade de colocar a minha experiência e conhecimento da área ao serviço das necessidades dos nossos clientes satisfaz‑me muito”, sublinha. Já esteve envolvido em muitos e diferentes eventos, entre banquetes de Estado, Rock in Rio ou Estoril Open e ainda noutros que, por sigilo profissional, não pode revelar. Entre os mais de 200 casamentos e mais de 300 outros eventos que organiza anualmente, “torna‑se difícil escolher um”. E a esta “sorte” de ter o seu nome associado a tantos eventos juntam‑se outros benefícios, como “conhecer os bastidores de sítios incríveis”, visitar espaços que não estão abertos ao público, ver uma exposição antes de inaugurar ou “vaguear pelos corredores de alguns dos mais importantes palácios do país”. “Existe uma exigência brutal” Como em tudo na vida, também na indústria dos eventos há o reverso da medalha. Diogo Rebelo Rodrigues não tem dúvidas de que se trata de uma área muito exigente que “ainda não tem o reconhecimento devido”, pois diz haver a ideia errada “de que quem trabalha em eventos está sempre em festas, quando na verdade há, muitas vezes, meses de preparação, de discussões de orçamento, de longas horas de troca de correspondência com clientes externos e internos”. “Não só trabalhamos com prazos muito mais curtos como ainda há uma grande dificuldade em recrutar o talento certo para as organizações. Muitos candidatos WWW.EVENTPOINTINTERNATIONAL.COM 66 VIDA DE EVENTOS procuram uma vida de glamour e, embora haja também essa parte, a verdade é que muitos dos nossos dias são passados num escritório a preparar orçamentos e existe uma exigência brutal, principalmente quando trabalhamos o segmento de luxo”, reconhece o Director of Groups and Events Sales no Penha Longa Resort. Também os momentos de maior tensão podem ser recordados com humor, como o episódio em que 80 clientes chegaram um dia mais cedo ao espaço do evento e “não estava nada preparado”. “Tive uns segundos de pânico, mas comecei imediatamente a pensar em alternativas”, recorda. Foi “um momento muito stressante, mas tornou‑se, depois, um género de piada”. Na memória está também o dia em que foi precisa uma alternativa a canapés para um evento, mas o cliente não podia ir ao hotel. Com uma mochila às costas “do género Uber Eats”, Diogo Rebelo Rodrigues levou a prova ao escritório do cliente. “Muitas das minhas memórias prendem-se com pessoas com quem trabalhei” Antecipar problemas e reagir rapidamente é um exercício diário e “na grande maioria das vezes o cliente nem chega a perceber que algo poderia não ter corrido bem”. Às vezes, é preciso gerir emoções e garantir um final feliz, como aconteceu com um casamento marcado para a Casa dos Penedos, junto à Serra de Sintra, cujo acesso estava cortado por fogos florestais. “Conseguimos mudar o evento em tempo recorde para outro espaço e articular com todos os envolvidos essa mudança e acabou por ser um sucesso”, lembra. São já muitas as recordações que Diogo Rebelo Rodrigues coleciona por estar ligado a eventos. “Acredito que o melhor neste trabalho são as pessoas e a troca de experiências. Muitas das minhas memórias prendem‑se com pessoas com quem trabalhei, ou que conheci em eventos, e na sua maioria à volta da mesa. Tenho um tio que costuma dizer que à mesa não se envelhece, eu acrescentaria que em eventos não se envelhece”, conclui.“CADA EVENTO É ÚNICO” WWW.EVENTPOINTINTERNATIONAL.COM 68 VIDA DE EVENTOS NUNO RAMOS “O QUE ME MOTIVA É A DIVERSIDADE DE CADA EVENTO E PODER CONTAR A HISTÓRIA À MINHA MANEIRA ATRAVÉS DA FOTOGRAFIA” Era uma vez um menino de sete anos que brincava com câmaras fotográficas no trabalho da mãe e que, desde cedo, percebeu que captar e eternizar momentos seria a paixão da sua vida. Este podia muito bem ser o início da história de Nuno Ramos, fotógrafo de eventos que gosta de contar histórias através das suas imagens. Nuno Ramos é filho de Irene Ramos, personalidade que dispensa apresentações na área da organização de eventos. Quando tinha sete, oito anos, e a mãe trabalhava numa conhecida casa de fotografia na Rua da Prata, em Lisboa, Nuno Ramos passava os dias “a brincar com aquelas câmaras de marcas super famosas” que lá estavam à venda. Logo ali, reconhece, “ganhou o bichinho pela fotografia”. Mas já antes, recorda, “os irmãos da mãe estavam sempre com câmaras fotográficas e de filmar” e acredita que “isso ficou gravado na memória”. É justo dizer que o gosto pela fotografia surgiu por influência familiar e Nuno Ramos “passou a ser aquele amigo do grupo que andava Next >