< Previoustambém, ficarem desanimados. Tentam aumentar o alerta, ano após ano, mas estas preocupações têm‑se tornado muito politizadas, e não houve muita ação”. Algo que, aparentemente, tem vindo a mudar. “Nos últimos um, dois anos, noto uma mudança significativa na atitude dos investigadores de todo o mundo, e pessoas realmente a tentarem fazer a diferença”, sublinha. E por isso é tempo de “pôr a política de lado, e tratar de resolver as coisas”. Richard Garriott está hoje mais otimista, mas com cautela: “Estou otimista de que temos uma hipótese. Não estou otimista de que vamos conseguir mudar o comportamento da maioria do mundo por estas causas. Acho que os dois ou três graus das alterações climáticas vão acontecer, já perdemos o Pólo Norte, o Ártico já está a aquecer a cada verão, a Antártida está a derreter rapidamente, o nível do mar vai aumentar, vai levar algum tempo, mas nas próximas décadas vai subir significativamente. Estes problemas vão acontecer, o que vamos fazer para enfrentá‑los e, francamente, sobreviver enquanto espécie, e digo isso reconhecendo que alguns humanos vão sempre sobreviver, países ricos vão ficar ok, mas o tumulto político e económico e o sofrimento de pessoas em áreas abaixo do nível do mar, vai ser significativo”, detalha o presidente do The Explorers Club. “Para resolver isso temos de fazer sequestro de carbono numa escala massiva, pensar em como vamos trazer de volta espécies, como os corais, que vão ser muito afectadas, temos de por de lado 30% dos oceanos, e tentar fazer o mesmo com algumas áreas de superfície de terra. Aqueles de nós que entendem o que aí vem querem tratar de fazer coisas, proteger e retificar tudo o que pudermos, mas também reconhecemos que vão existir dificuldades, isso é um facto”. WWW.EVENTPOINTINTERNATIONAL.COM 60 EVENTOS A Glex é uma organização da Expanding World e da The Explorers Club, e este é casamento que tem dado frutos. “Que tesouro que eles são! Não só para Portugal, não só para os Açores, mas francamente para o mundo”, refere Richard Garriott, dando nota de que já contam com a Expanding para eventos que realizam nos Estados Unidos. “Eles são muito bons no trabalho deles. Ajudaram o nosso clube. Todos os non‑profit dependem de um grupo de voluntários talentosos e trabalhadores, mas a oportunidade de trabalhar com um grupo que está tão habituado a fazer eventos de grande escala e profissionalismo é uma grande alegria”. “MELHORAR A VISIBILIDADE DA CIDADE E DA ILHA NO CONTEXTO GLOBAL” O presidente da Câmara de Angra do Heroísmo, Álamo Meneses, realçou à Event Point a importância de o Glex ter viajado até à região. “Angra é uma cidade que nasceu destas coisas, nasceu da exploração, teve momentos muito altos na sua história nesta ligação, mas depois fomos tendo algum grau de apagamento, e nós precisamos de voltar a colocar‑nos numa posição de visibilidade e a Glex tem esta vantagem”, refere o autarca. Isso permite ao concelho também melhorar “na área do turismo, da visitação, e todas estas áreas da hospitalidade, e, no fim de contas, esse é um caminho que também temos de trilhar e é um percurso que nós estamos a iniciar. A presença da Glex aqui insere‑se nessa estratégia de melhorar a visibilidade da cidade e da ilha, no contexto global”. Eventos da área da ciência são muito interessantes para a ilha Terceira, mas há outros setores para explorar. “Estamos numa ilha que tem um campus universitário que está essencialmente voltado para a área agrária, para a produção de alimentos, tecnologias agroambientais, biotecnologia, precisamos também de explorar isso. Obviamente estamos aqui no coração do Atlântico, o mar está sempre como pano do fundo”. Para receber eventos de dimensão são necessárias infraestruturas e um ecossistema de fornecedores de eventos. Álamo Meneses acredita que a cidade e a ilha estão bem servidas no que diz respeito a venues. A ilha conta com dois centro de congressos, um em Angra, onde decorreu o evento, e outro na Praia da Vitória. Em Angra existe ainda o Teatro Angrense, “um teatro clássico com excelentes condições para se fazer qualquer tipo de evento”, um auditório, usado normalmente para cinema, que pode servir para outras iniciativas, e o Centro Interpretativo de Angra, com um auditório desenhado por Siza Vieira, WWW.EVENTPOINTINTERNATIONAL.COM 62 EVENTOS e que abriu mesmo a tempo da Glex. O autarca lembra ainda os auditórios da escola Tomás de Borba e da Universidade. “Não é por falta de espaços adequados que as coisas não se podem fazer em Angra”, lembra Álamo Meneses. Em termos de alojamento, há um conjunto de investimentos a decorrer, mas a ilha “está bem servida”. Refira‑se que foi inaugurado com os participantes deste evento o Palácio de Santa Catarina, a mais recente unidade da ilha. EXPLORE TERCEIRA: ESTRUTURAR A OFERTA DA ILHA Para estruturar a oferta turística da ilha, a Câmara de Comércio de Angra do Heroísmo criou o Explore Terceira. “A ilha Terceira, dentro daquilo que é a oferta turística dos Açores, muito baseada na Natureza, nos trilhos, no mar, tem uma oferta um pouco diferente. Tem uma cultura, uma história e uma gastronomia únicas nos Açores, muito resultado daquilo que foi o papel da ilha nos Descobrimentos Portugueses. Daí que fuja, diria que quase na totalidade, daquilo que é a estrutura da oferta turística normal nos Açores”, conta à Event Point Marcos Couto, presidente da instituição. A Glex Summit, segundo Marcos Couto, “encaixa na totalidade aqui, uma vez que nós podemos ser, neste momento, o ponto de partida para novas fronteiras e o Explorers Club o que faz é isso mesmo, mostrar e difundir as novas fronteiras”.E o desafio passa por captar outros eventos deste alcance, sobretudo de áreas como a agricultura e o mar, tecnologia, saúde, desporto, lazer e turismo, “tentando sempre manter este equilíbrio entre o que é o desenvolvimento turístico e não estragar as nossas raízes, e esse é um equilíbrio por vezes difícil de encontrar”. O presidente da Câmara de Comércio de Angra do Heroísmo acredita que em termos de equipamentos, a ilha está bem dotada, e lembra que para um evento da dimensão da Glex, “as empresas locais souberam responder, investindo inclusivamente, muitas delas, em equipamentos para poderem estar ao nível que um evento deste tipo requer. Na animação turística estamos perfeitamente confortáveis, e também naquilo que é toda a parte de fornecimento de serviços”. COOPERAÇÃO No final do evento, Manuel Vaz, da Expanding World, estava “satisfeito” e com a sensação de “missão cumprida” com mais uma Glex. “Foram três dias fantásticos de trabalhos, uma semana de outras atividades também aqui na ilha e estes resultados positivos são de facto espetaculares, em tão curto espaço de tempo”. O responsável destaca a missão análoga a Marte, que a comunidade científica vai fazer a partir da Terceira, e a criação de um centro mundial de exploração do The Explorers Club e lembra que há mais coisas a acontecerem. Do evento, o que de retira de mais importante é o espírito e vontade de “cooperação”. WWW.EVENTPOINTINTERNATIONAL.COM 64 EVENTOS “É espetacular não ter que estar à espera que as coisas caiam do céu, com apoios disto ou daquilo, a ciência tem que avançar exatamente assim e estou contente por isso”. Organizar um evento internacional de grande alcance numa ilha como a Terceira traz alguns desafios. As ligações aéreas foram “o nosso principal obstáculo”. “Mas isso é normal numa ilha também, não é nada de anormal, tivemos uma concentração dessa dificuldade esta semana, mas superamos. E esta gente é mesmo especializada em superar, nada que nos assuste”, sublinha Manuel Vaz. Questionado sobre se estava satisfeito com o apoio ao evento, por parte da região e do Turismo de Portugal, Manuel Vaz afirma que não. “Não posso dizer que estou, mas tenho que agradecer, e ser humilde, porque são eventos exigentes. É um nicho, que obviamente é estratégico, e tem um impacto enorme, e ao longo do tempo, e portanto estou a ser grato pelo apoio que conseguimos ter, quer do Turismo de Portugal, mas principalmente aqui de Angra do Heroísmo”, refere. Cláudia Coutinho de Sousa Viajou a convite da Glex SummitEVENTOS CORPORATIVOS: INOVAÇÃO E INTERAÇÃO Os eventos corporativos têm evoluído ao longo dos anos, acompanhando as mudanças nas necessidades das empresas e dos participantes. As tendências emergentes, nesse setor, transformam cada vez mais os eventos, tornando-os mais únicos, relevantes e eficazes. WWW.EVENTPOINTINTERNATIONAL.COM 66 ESPAÇO APECATE As empresas estão cada vez mais preocupadas com o impacto ambiental dos seus eventos e procuram soluções mais sustentáveis. A redução do uso de plástico, o uso de materiais recicláveis, a compensação das emissões de carbono e a promoção de práticas sustentáveis são algumas das iniciativas que estão a ser adotadas. Os participantes também estão mais conscientes e exigentes nesse aspeto, procurando eventos que estejam alinhados com os seus valores ambientais. Uma das principais tendências que se tem vindo a destacar é a inovação tecnológica. A tecnologia tem desempenhado um papel fundamental na transformação dos eventos corporativos. As empresas adotam, cada vez mais, soluções tecnológicas para melhorar a experiência dos participantes e aumentar o envolvimento. Por exemplo, a realidade virtual e a realidade aumentada têm sido utilizadas para criar experiências imersivas e interativas durante os eventos. Os participantes podem explorar produtos e serviços de forma virtual, aumentando a sua ligação com a marca. Outra tendência relevante para os eventos corporativos é a personalização. Os participantes procuram experiências únicas e personalizadas, adaptadas às suas necessidades e preferências. A personalização também se estende à logística dos eventos, com a criação de agendas flexíveis e personalizáveis, permitindo que os participantes escolham as sessões e atividades do seu interesse. Além disso, a sustentabilidade continua a ser a tendência forte dos eventos corporativos.Em termos de interação, os eventos corporativos estão a tornar‑se cada vez mais colaborativos e participativos. As empresas criam espaços e oportunidades para que os participantes possam interagir uns com os outros e com os palestrantes. Workshops interativos, sessões de brainstorming e mesas‑redondas são apenas alguns exemplos de formatos que estimulam a participação ativa e a troca de ideias. Além disso, as redes sociais e as plataformas digitais são utilizadas para criar comunidades online antes, durante e após o evento, promovendo a interação contínua entre os participantes. Resumindo, os eventos corporativos são cada vez mais marcados pela inovação tecnológica, pela personalização, pela sustentabilidade e pela interação. As empresas devem, cada vez mais, estar atentas a estas tendências porque os clientes procuram forma de incorporá‑las nos seus eventos, no sentido de proporcionar experiências relevantes e impactantes aos participantes. A evolução constante do setor de eventos exige continua adaptação e reinvenção, garantindo que estamos alinhados com as expectativas dos nossos clientes. Sofia Santos Vice‑presidente da APECATE WWW.EVENTPOINTINTERNATIONAL.COM 68 ESPAÇO APECATE Next >