< PreviousEuropalco: Distribuição audiovisual sem falhas para um evento de seis dias A Europalco foi uma das empresas com mais responsabilidades durante o evento, e em várias frentes. Em termos de iluminação, ficou com a responsabilidade de instalar e gerir todos os sistemas de iluminação no âmbito do projeto de iluminação. Esta tarefa englobou os altares e a sua envolvente no Campo da Graça, no Parque Tejo. Neste espaço, a Europalco assegurou a gestão de todos os conteúdos integrados nos ecrãs do evento. Noutro âmbito, a Europalco criou um sistema para enviar sinais de vídeo e áudio para cada torre no local da JMJ. A empresa explica, em comunicado, que foram utilizadas numerosas ligações de fibra ótica que chegaram a atingir os cinco quilómetros. Tudo isto foi gerido a partir da sala de controlo principal, a partir da qual conseguiram enviar sinais para 25 pontos críticos com sistemas de altifalantes e ecrãs LedWall. Nélio Lima, diretor técnico da Europalco, explicou o processo meticuloso: “Certificámo‑nos de que todos os sinais enviados tinham vídeo e áudio perfeitamente sincronizados. Mudámos estes sinais para um formato de fibra ótica para entrega. Quando o sinal de fibra chegou a cada torre, voltámos a convertê‑lo em vídeo e enviámos o áudio. Na sala de controlo principal, tínhamos muitos canais de áudio, pelo que o operador de som podia controlar cada ponto separadamente. Misturámos estes canais de áudio com os sinais de vídeo correspondentes e enviámo‑los para onde tinham de ir”. Dominar a sincronização não foi tarefa fácil, devido às grandes distâncias envolvidas. A equipa de engenharia concentrou‑se em adicionar um atraso aos sinais de vídeo. Isto assegurou que o áudio permanecesse WWW.EVENTPOINTINTERNATIONAL.COM 50 DOSSIÊ TEMÁTICO perfeitamente sincronizado com o ecrã mais próximo, proporcionando ao público uma boa experiência. Além disso, a Europalco dispunha de um sistema para emergências, que permitia enviar mensagens áudio e vídeo específicas para diferentes zonas. Isso permitia, por exemplo, emitir avisos de evacuação para uma zona, sem afetar o resto do local. A Europalco geriu ainda tudo o que foi mostrado nos ecrãs do evento, incluindo vídeos, imagens de câmaras, linguagem gestual e coro de mãos. Nélio Lima: “As nossas responsabilidades estenderam‑se à gestão do sistema de intercomunicação do evento, que cobriu toda a área do palco, os bastidores e até um palco secundário localizado a cerca de 500 metros do palco principal. Conseguimos esta cobertura através da instalação de estações sem fios, complementadas por estações fixas estrategicamente colocadas em áreas cruciais como o som (frontal e monitores), a iluminação, o vídeo, a produção, a sala de controlo principal e a interligação com o veículo da emissora anfitriã”. © Europalco GOOGLE CLOUD DAY É O NOVO “CARTÃO DE VISITA” DA MULTILEM Evento de sucesso, montado “em tempo recorde”, pode colocar a agência na lista de empresas ‘top of mind’ que oferecem o serviço de criação de conceito, produção e gestão de eventos. WWW.EVENTPOINTINTERNATIONAL.COM 52 CASO DE ESTUDO BRANDED CONTENT Mil pessoas participaram no Google Cloud Day, evento da Google realizado no Centro de Congressos do Estoril que, em junho deste ano, reuniu executivos, engenheiros, parceiros e clientes para acompanhar a transformação que a cloud pode levar às empresas. Cliente da Multilem há sete anos, o gigante da tecnologia e da internet recorreu, uma vez mais, aos serviços 360 de design, construção e gestão de eventos da empresa para realizar um evento que Gonçalo Figueiredo, diretor criativo da Multilem, considera ter sido “único em Portugal”. Com três meses para preparar o evento, a Multilem assumiu as responsabilidades de criação do conceito do Google Cloud Day, conceptualização gráfica, decoração de espaços, produção de materiais audiovisuais, gestão do evento, entre outras funções. Dois dias para montar o evento À partida, o pedido da Google parecia ser um projeto como tantos outros criados pela Multilem ao longo dos seus 37 anos de experiência no mercado, mas acabou por se transformar num case study para a empresa, pelo “tempo recorde” com que tiveram de montar o evento, contando apenas com dois dias em vez dos habituais “quatro, cinco”. “Tínhamos um dia e meio para montagens e meio dia para testes, o que nos deixou um bocadinho apreensivos”, explica Teresa Barreto, diretora comercial da Multilem. A agência foi obrigada a’mudar o chip’ em termos de operação, ‘’garantido uma equipa mais numerosa do que o habitual e chefias de operação por zona para cumprir o cronograma ao minuto”, acrescenta. Para o diretor criativo do projeto, o tempo destinado à montagem também foi “o grande desafio” do Google Cloud Day, evento que considera ter sido mais complexo por ter ’’várias sessões em simultâneo e a transmitir em direto”. “Colocar um evento com esta dimensão em pé em dois dias de montagem, para nós foi quase um recorde e, nesse aspeto, pode ser considerado um case study para a Multilem, para o futuro, até para percebermos o nosso potencial e identificarmos como garantir rapidez sem comprometer a qualidade”, afirma Gonçalo Figueiredo. Ao tempo reduzido para montagem e testes somaram‑se outras alterações. “Começámos a perceber que o número de pessoas foi duplicando e triplicando e, de repente, no dia do evento, tínhamos três vezes mais pessoas do que era suposto. Tivemos que adaptar tudo”, recorda. Para Teresa Barreto, há outra aprendizagem a retirar do evento: simplificar, propondo estruturas mais leves do que as que estão habituados a sugerir. “Ou seja, sermos criativos nisso também. Manter a qualidade, manter a sustentabilidade, manter o conforto, mas, ainda assim, sermos capazes de construir em tempo e entregar antes do tempo”, sublinha. A “exigência” acrescida da marca Google A visibilidade que a marca Google tem em todo o mundo acarreta um grau de “exigência” superior face a outros clientes, já que, considera Teresa Barreto, trata‑se de “uma marca que tudo o que faz vai ser partilhado, tem impacto e há sempre uma expectativa da parte do visitante ou participante do evento ou mesmo da parte das redes sociais ou de quem segue a marca”. WWW.EVENTPOINTINTERNATIONAL.COM 54 CASO DE ESTUDO Também Gonçalo Figueiredo admite “sentir essa pressão”, mas sublinha que são eventos como o Google Cloud Day que depois servem de montra para o trabalho da Multilem. “Antes de me preocupar com o sucesso do meu projeto criativo, eu já estou muito mais preocupado com o resultado final deste evento e a visibilidade que ele vai ter e a projeção que vai ter. No fundo, essa boa experiência com as pessoas fora do evento, os visitantes e o evento correr 100% bem e as pessoas gostarem, para nós vai ser o nosso cartão de visita no futuro. É isso que nos preenche e é isso que nós depois podemos ganhar”, afirma o criativo. Com base no sucesso do Google Cloud Day, Teresa Barreto não tem dúvidas de que o futuro da Multilem em Portugal ficará marcado por esta experiência. “A Multilem, apesar de ter um portefólio bastante consolidado neste tipo de ações, pode não ser o ‘top of mind’ dos responsáveis de marketing no mercado português. Mas fazer isto, fazer bem e ter um feedback desta dimensão para uma marca tão visível, sem dúvida que pode clarificar o nosso posicionamento”, conclui. “SE NÃO TENTARES FAZER DIFERENTE, NÃO VAIS EVOLUIR” WWW.EVENTPOINTINTERNATIONAL.COM 56 VIDA DE EVENTOS NUNO LAMAS “É AQUI, NOS EVENTOS, QUE EU TENHO DE ESTAR” A certeza de que é no setor dos eventos que tem de estar surgiu a Nuno Lamas no decorrer de um evento, nos primeiros anos como profissional. A esta área chegou depois de um primeiro contacto com a organização de eventos; esse ‘clique’ despertou em Nuno Lamas a vontade de enveredar por este caminho. Na mudança de século, mudou também a bússola e hoje é brand activation manager na Caetsu Two. A história começa na época desportiva de 1999/2000. Numa passagem pelo Boavista Futebol Clube, Nuno Lamas teve “a feliz oportunidade de presenciar e participar na organização dos jogos da Champions League. Esta experiência fez evidenciar capacidades inatas e fundamentais na área dos eventos: organização, método, planeamento detalhado, entre outras”. Para Nuno Lamas, “o sentimento foi muito positivo”. E, com 22 anos de idade, “entendi que era por ali que queria seguir e evoluir” e isso levou‑o a “procurar um projeto que me permitisse crescer na área”. No último semestre de 2000, participou num processo de recrutamento da agência Caetsu, para o departamento de eventos que iria nascer em janeiro de 2001. Foi aceite e acabou “por estar no surgimento do departamento, tendo contribuído para o seu crescimento e desenvolvimento até aos dias de hoje”, referindo também o contributo de todos os que estão e os que por lá passaram.Na Caetsu Two coleciona momentos marcantes, mas destaca dois eventos, que pelo seu contexto temporal deixaram “tatuados bons ensinamentos e memórias”. Um decorreu quando o departamento de ativação e eventos tinha dois anos de existência (“foi escola”) e o outro já teve lugar na era DC – “Depois Covid”. Em 2003 e 2004, o departamento foi “responsável pelos principais eventos da Canon Mundial”, prime sponsor do Euro 2004. Recorda a Canon Gala Dinner, que juntou no Coliseu dos Recreios os 700 diretores das Canon de todo o mundo. Tudo foi pensado ao pormenor, da apresentação à música, da decoração floral ao nivelamento de toda a plateia, até ter acrobatas franceses a “mergulharem do teto e a sobrevoarem a dois metros das mesas, o que obrigou a estudos de engenharia para cálculos de força exercida”. Para Nuno Lamas, este foi um evento muito especial, “pelo que aprendi, pela afirmação e confiança”, destacando‑se como um dos mais marcantes “pelo momento que o departamento vivia – de construção, aprendizagem –, pela dimensão, pela responsabilidade da marca, pela especial exigência da cultura japonesa, pelo rigor, pela oportunidade de conviver e absorver tanto com tantas pessoas”. Neste momento, teve a certeza: “É aqui, nos eventos, que eu tenho de estar”. Outro evento marcante – que, na verdade, foram cinco – foi o primeiro de grande dimensão no pós‑pandemia; um evento da Fidelidade. “2022 era ano do Pensar Maior; a Fidelidade pensou em explorar o conceito para além do grande evento que decorre habitualmente na Altice Arena.” O trabalho teve início em finais de janeiro de 2022 e o primeiro evento teve lugar WWW.EVENTPOINTINTERNATIONAL.COM 58 VIDA DE EVENTOS logo em março. Foram cinco eventos em cinco meses, de março a julho. O “Road To Pensar Maior” percorreu os caminhos do Porto, Vilamoura, Coimbra, Santa Maria da Feira e Braga, “um evento por mês em cada cidade, com cinco temas e oradores distintos”. A realização do evento “foi exigente, mas deu‑nos muito gozo, pela ansiedade e necessidade vital de voltar aos eventos”, mas também “pela relação de verdadeira parceria, sintonia e respeito com a Fidelidade”, além do contributo dos parceiros envolvidos. “Cada projeto é um projeto, não há rotinas” Há vários fatores que o motivam nesta profissão: “a oportunidade de proporcionar experiências, fazer acontecer, trabalhar as emoções, a adrenalina do ‘live’, ser criativo em todos os momentos e áreas/serviços que compõem o evento, pegar num conceito e esmiuçá‑lo ao mais pequeno detalhe, desenvolver um storytelling desde o momento zero, em que comunico com o participante, até à sua despedida no evento.” Mas não é só. Sendo esta uma atividade dinâmica, a sua motivação passa também pela “evolução, constante aprendizagem e exploração de novas soluções que visam melhorar a experiência nos eventos”. E do que mais gosta nesta atividade é que “cada projeto é um projeto, não há rotinas; é uma área dinâmica, com a possibilidade de contactarmos e trabalharmos os mais variados setores”. Nuno Lamas gosta também de “gerir e motivar pessoas” – “dezenas, por vezes, centenas de pessoas, mas onde todos têm um papel fulcral para o sucesso daquilo que durante meses planeaste e idealizaste” – e de arriscar. Next >