< PreviousSaber que os eventos acabam, mas que as memórias perduram no tempo, é a maior recompensa que alguém que trabalha no setor pode ter. “Penso que os eventos são uma excelente maneira de tocar a vida das pessoas. Pelas emoções partilhadas, os laços criados e todas as boas memórias que cada participante vai guardar para sempre”. PROJETOS INTERNACIONAIS E O SONHO DA FÓRMULA 1 E DO MUNDIAL DE FUTEBOL Na Voqin’, Diogo Abrantes Sardinha trabalhou com “clientes dos mais variados pontos do globo”, o que lhe permitiu “interagir com culturas diferentes”. No último ano, conta, esteve envolvido em projetos com mais de 500 pessoas. “A oportunidade de trabalhar em projetos internacionais” é um dos aspetos “que mais motiva” e confessa ter um sonho: “Colaborar em eventos icónicos, como a Fórmula 1 ou o Campeonato do Mundo de Futebol, que representam o auge da complexidade e do desafio em termos de gestão de eventos e de multiculturalidade”. A concretização dos projetos é a parte preferida de Diogo Abrantes Sardinha. “Ver a ideia que começou com um simples pedido de disponibilidade num e‑mail transformar‑se num evento bem‑sucedido é indescritível. É gratificante lembrar‑me de cada etapa do processo e ver o resultado a ganhar vida”, explica. Quando o resultado final de um evento não é o esperado, o gestor de projetos procura “sempre aprender e melhorar continuamente”. “Tenho ainda muito pela frente e na Voqin’ aprendi a valorizar o erro como fonte de conhecimento e a pensar que é passo a passo que se chega mais longe”, afirma. RUAS FECHADAS EM CASCAIS, CHUVA E ESCOLTA POLICIAL Um evento em Cascais para um grupo de 500 empreendedores, com vários dias de palestras e atividades, foi, até ao momento, o evento mais marcante em que Diogo Abrantes Sardinha esteve envolvido. “Realizámos mais de 40 atividades diferentes para os participantes, privatizámos o Parque Marechal Carmona e fechámos ruas inteiras para que se pudessem realizar os eventos sociais em regime de exclusividade para este grupo”, recorda, orgulhoso. WWW.EVENTPOINTINTERNATIONAL.COM 50 VIDA DE EVENTOS “Cascais parecia uma aldeia habitada tão somente por estas pessoas. A identidade visual do evento tomou conta das ruas e o ambiente era o de quem está em sua casa. Foi um evento muito característico da Voqin’, carregado de emoções tanto para os participantes quanto para nós, que estávamos a organizar. O impacto emocional que conseguimos criar foi o que me marcou mais profundamente”, acrescenta. Na memória está também outro evento, em que durante um jantar no Convento do Carmo, no verão, a chuva decidiu aparecer “precisamente” durante o espetáculo de vídeo‑mapping ao ar livre que tinham planeado. “Para nossa surpresa, os convidados permaneceram firmes no local, apreciando o espetáculo sob a chuva, e até houve um casal que começou a dançar ao som da chuva. Foi um momento mágico que capturou o espírito do evento e dos nossos convidados”, partilha. Momentos mágicos à parte, Diogo Abrantes Sardinha recorda‑se ainda de um jantar que ajudou a organizar, perto do Panteão, “no dia em que o Sporting conquistou o título nacional, em maio, que acabou por terminar mesmo quando os festejos da vitória começaram”. Como os clientes “estavam hospedados no Ritz”, a ida do evento para o hotel acabou por ser memorável para todos. “É fácil perceber o desafio que tínhamos pela frente. Acabámos por ser escoltados pela polícia no regresso, o que se revelou uma experiência bastante emocionante. Os clientes até pensaram que tínhamos sido nós a contratar a polícia”, conta, acrescentando que “até poderia ter sido verdade” visto que já o fizeram noutros eventos. Diogo Abrantes Sardinha gosta de ouvir música ou ver televisão para “relaxar” depois de um evento. “São dias de uma enorme intensidade e adrenalina e é muito importante poder descomprimir quando o evento está concluído. É importante para encontrar o equilíbrio e manter a motivação e energia para os próximos”, remata.CUIDADO PELO DETALHE WWW.EVENTPOINTINTERNATIONAL.COM 52 VIDA DE EVENTOS “SINTO-ME MESMO UMA PRIVILEGIADA, POIS ADORO O QUE FAÇO” Fernanda Conde começou o percurso profissional na hotelaria, há 32 anos, no departamento de reservas de quatro hotéis na Figueira da Foz. “No início, fazia a gestão somente da área de alojamento, mas, entretanto, acabei por ficar responsável também pelas restantes áreas, como as salas de reuniões e o F&B”, conta à Event Point. Mais tarde, Fernanda Conde passou para a área comercial desses mesmos hotéis e dez anos depois aceitou o convite para integrar a área comercial do Casino Figueira, onde está até hoje, “a 100% na área dos eventos”. Meeting & Events manager no Casino Figueira, Fernanda Conde reconhece ser “enorme” a importância dos eventos na sua vida. “Sinto‑me mesmo uma privilegiada, pois adoro o que faço!”, sublinha. “Poder ajudar o cliente a encontrar soluções e a construir o evento à sua medida, desde a criação do formato do evento, à escolha de espaços, serviços de catering, decoração, animação e, em alguns dos casos, até mesmo com uma componente de jogo” é o que mais motiva a gestora de eventos.OBJETIVO: CLIENTES SATISFEITOS Fernanda Conde afirma que contactar com pessoas “das mais diversas áreas de atividade” e acompanhar todos os pormenores de um evento “desde a primeira reunião até ao último momento, apostando sempre na diferenciação e em particular no cuidado pelo detalhe”, é a parte preferida do trabalho que realiza no Casino Figueira. “Todo o meu trabalho é orientado para que o cliente saia muito satisfeito”, sublinha. “Adoro ver as reações dos participantes e as suas indescritíveis emoções de satisfação e, por vezes, de muita alegria”, reforça. Em sentido contrário, do que menos gosta é quando no final de um evento percebe que não conseguiu “corresponder às expectativas do cliente”. São já muitos os eventos que passaram pelas mãos de Fernanda Conde ao longo dos últimos anos no Casino Figueira, pelo que diz ser “difícil escolher só um”. “Houve vários que me marcaram por diversas razões, como por exemplo o Tap Rally de Portugal, o Mundialito de Futebol de Praia, a 19ª Cimeira Luso Ibérica em 2003, cujos presidente,s Durão Barroso (Portugal) e José María Aznar (Espanha), assinaram o traçado do TGV, filmagens de anúncios, como por exemplo o do Audi A6, filmado no Palácio Sotto Mayor na Figueira da Foz”, recorda. Mais recentemente, destaca “o projeto ‘Give yourself a break @ Figueira da Foz’, que vai já na sua 3ª edição, que resulta da parceria entre o Casino Figueira, a Câmara Municipal da Figueira da Foz e alguns dos principais hotéis da cidade”. “Trata‑se de uma ação de charme direcionada a empresas no setor dos eventos, para a qual desenvolvemos um programa descontraído e divertido, onde durante um fim de semana completo os participantes conhecem e desfrutam da Figueira da Foz”, explica. WWW.EVENTPOINTINTERNATIONAL.COM 54 VIDA DE EVENTOS QUANDO OS CLIENTES PEDEM… UM CAVALO Habituada aos pedidos de última hora característicos da área dos eventos, Fernanda Conde recorda‑se de um “em que um dos organizadores decidiu que queria fazer um passeio a cavalo, na praia”. Fazendo uso da experiência na organização de eventos, Fernanda Conde conseguiu resolver, embora se recorde que “não foi fácil, pois na altura a oferta não era tanta como atualmente”. “Mas num espaço de 1h30, o cliente tinha o cavalo no areal pronto para fazer o passeio junto ao mar”, acrescenta. Momentos hilariantes também tem somado, como o que aconteceu “num jantar para cerca de 500 pessoas” no qual “uma senhora pediu uma alternativa ao prato principal, por não gostar do que estava a ser servido”. “Após apresentadas quatro alternativas diferentes, a senhora acabou por pedir somente três ovos cozidos”, lembra a Meeting & Events manager no Casino Figueira. Depois de um grande evento, é junto ao mar que se sente melhor. “Como tenho a vantagem de viver junto ao mar, numa das praias da Figueira da Foz, é junto dele que reponho as minhas energias. Não prescindo de acabar o dia sem passar junto ao mar!”, remata. “PROPORCIONAR MOMENTOS ESPECIAIS E MEMORÁVEIS” WWW.EVENTPOINTINTERNATIONAL.COM 56 VIDA DE EVENTOS “VIVO ESTE MUNDO 24/7, TANTO NOS EVENTOS QUE ORGANIZO COMO NOS QUE GOSTO DE PARTICIPAR” O “fascínio” pelos eventos começou cedo para Renata Cleto, hoje diretora de Gestão de Projetos da New Sheet, agência de eventos e ativações de marca 360. “Sempre gostei de ir a festivais de música e sonhei em organizar experiências memoráveis para os outros. Foi assim que escolhi tirar a licenciatura em Gestão de Empresas Turísticas, na Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril. Embora não estivesse diretamente ligada à organização de eventos, foi fundamental para adquirir algumas bases essenciais para a produção de eventos”, afirma. Renata Cleto conta que o primeiro contacto com a área nem sequer foi a nível profissional ‑ foi na faculdade onde organizou “eventos internos para os alunos”. Estagiou na Casa do Marquês, onde acabou por trabalhar “durante um ano e meio como project and event manager”, até que a pandemia de covid‑19 aconteceu. “Durante esse período, decidi ir trabalhar para a Alemanha por seis meses na área do turismo”, afirma. Quando regressou a Portugal, começou a trabalhar na New Sheet, através de um estágio profissional. “Agora, três anos depois, estou feliz por ser diretora de Gestão de Projetos”, diz.Renata Cleto acredita que a organização de eventos “vai além da logística”, encarando o trabalho que faz como “uma oportunidade de criar experiências únicas que marcam a vida das pessoas”. “É gratificante saber que, por meio dos nossos esforços, conseguimos proporcionar momentos especiais e memoráveis a todos”. Os eventos têm “um papel essencial” na vida da diretora de Gestão de Projetos da New Sheet. “Fazem parte do meu dia‑a‑ dia de forma contínua. Vivo este mundo 24/7, tanto nos eventos que organizo como nos que gosto de participar. Fazem‑ me sentir viva, proporcionando‑me momentos de diversão e a oportunidade de conviver com outras pessoas”, reforça. A SATISFAÇÃO DE DEVER CUMPRIDO O “impacto” que os eventos têm nas pessoas é a resposta rápida que Renata Cleto dá quando questionada sobre o que a motiva a trabalhar na área, justificando que “é gratificante” ver “todo o esforço e dedicação” da organização de um evento, “muitas vezes invisíveis para os participantes, serem reconhecidos e aproveitados por aqueles que lá estão”. A “diversidade” e a imprevisibilidade dos eventos é o que mais gosta nesta atividade. “Cada evento é único e traz novos desafios. A ausência de monotonia torna o trabalho excitante e a adrenalina que vem da pressão de organizar um evento é algo que me motiva e energiza. Essa dinâmica constante faz com que cada dia seja uma nova aventura”, diz. Os maiores desafios são “a gestão do tempo e encontrar um equilíbrio entre a vida profissional e pessoal”. “A minha paixão por eventos faz com que muitas vezes eu me dedique intensamente, o que pode dificultar esse equilíbrio”, reconhece. Um dos primeiros eventos que organizou na New Sheet foi a tour da Revenge of the 90’s, em 2022, experiência que considera ter sido “um verdadeiro marco” na carreira. Outro evento que “teve grande relevância foi a primeira edição do Meo Kalorama”. “Neste festival, assumi a responsabilidade dos media partners, uma função que era completamente nova para mim. Adorei essa experiência, pois consegui finalmente estar ligada a um tipo de evento que sempre quis explorar: os festivais”, recorda. WWW.EVENTPOINTINTERNATIONAL.COM 58 VIDA DE EVENTOS O evento mais recente e “de maior escala” que realizou até ao momento na New Sheet foi a Noitada Portimão, em julho deste ano, um “festival de luz” que “transformou a cidade e proporcionou uma experiência imersiva que impactou milhares de pessoas durante duas noites vibrantes, repletas de festa e animação”. O DIA EM QUE UM CANTOR FICOU PRESO NO CAMARIM Noites divertidas em equipa durante dias de montagem de eventos e “energia positiva” fazem “toda a diferença”, segundo Renata Cleto. Divertido foi também o momento, num evento em Faro com a atuação dos Vengaboys, em que “minutos antes de eles entrarem em palco, já com o vídeo de introdução do espetáculo a começar”, a diretora de Gestão de Projetos da New Sheet viu “um dos cantores trancado, agarrado às grades da janela” do camarim, a gritar: ‘I’m locked!’”. “A minha primeira reação foi correr em direção à frente de palco, onde estava o manager da banda com as chaves do camarim. Nesse momento, os meus colegas, ao verem‑me a correr, pensaram que algo estava a arder e vieram atrás de mim, a gritar: ‘Há fogo, há fogo!’”, conta. “Não sei bem como, mas consegui pedir a chave e cheguei a tempo de abrir o camarim, mesmo na hora da entrada dele em palco. Foi uma situação que tinha tudo para correr mal, mas que ainda hoje nos faz rir a todos quando falamos dela”, acrescenta. “Dormir o máximo possível e repor as energias” é a prioridade após um evento. “Além do descanso e do conforto de casa, gosto de aproveitar o dia com amigos e família, porque apesar do tempo às vezes ser escasso, tento sempre aproveitá‑lo da melhor maneira”, remata Renata Cleto.Next >