Diogo Sardinha: “Os eventos são uma excelente maneira de tocar a vida das pessoas”

Entrevista

02-01-2025

# tags: Eventos , Vida de Eventos , Turismo de Negócios

Diogo Abrantes Sardinha herdou do pai, Nuno Sardinha, sales manager no Casino Estoril, a paixão pelos evento e, desde cedo, percebeu o que lhe estava destinado.

“Lembro-me, ainda em criança, da magia que senti ao assistir a um programa de televisão ao vivo. A partir daquele momento, o ambiente vibrante, as pessoas envolvidas, as capacidades técnicas e tudo o que envolvia a produção de um evento passaram a estar no centro das minhas atenções”, recorda.

“Ter um pai que partilha essa paixão e que sempre trabalhou na área ajudou a moldar o meu percurso. Acabei por seguir os seus passos e chego à área dos eventos precisamente por ele, começando como frente de sala no Casino Estoril. Formei-me nesta área há dois anos e, agora, este é o meu mundo”, acrescenta.

Na Voqin’, agência especializada na criação de eventos e experiências de marca, os eventos deixaram de fazer parte do imaginário para passar a ser o dia-a-dia. E a carreira deu um novo salto, ao integrar, muito recentemente, a Federação Portuguesa de Futebol.

Com formação académica na Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril, considera ser “através dos eventos” que consegue “crescer, não só profissionalmente, mas também como pessoa”. “Acabam por contribuir também para o meu bem-estar pelo dinamismo e motivação que me trazem”, sublinha.

Saber que os eventos acabam, mas que as memórias perduram no tempo, é a maior recompensa que alguém que trabalha no setor pode ter. “Penso que os eventos são uma excelente maneira de tocar a vida das pessoas. Pelas emoções partilhadas, os laços criados e todas as boas memórias que cada participante vai guardar para sempre”.

Projetos internacionais e o sonho da Fórmula 1 e do Mundial de Futebol

Na Voqin’, Diogo Abrantes Sardinha trabalhou com “clientes dos mais variados pontos do globo”, o que lhe permitiu “interagir com culturas diferentes”. No último ano, conta, esteve envolvido em projetos com mais de 500 pessoas.

“A oportunidade de trabalhar em projetos internacionais” é um dos aspetos “que mais motiva” e confessa ter um sonho: “Colaborar em eventos icónicos, como a Fórmula 1 ou o Campeonato do Mundo de Futebol, que representam o auge da complexidade e do desafio em termos de gestão de eventos e de multiculturalidade”.

A concretização dos projetos é a parte preferida de Diogo Abrantes Sardinha. “Ver a ideia que começou com um simples pedido de disponibilidade num e-mail transformar-se num evento bem-sucedido é indescritível. É gratificante lembrar-me de cada etapa do processo e ver o resultado a ganhar vida”, explica.

Quando o resultado final de um evento não é o esperado, o gestor de projetos procura “sempre aprender e melhorar continuamente”. “Tenho ainda muito pela frente e na Voqin’ aprendi a valorizar o erro como fonte de conhecimento e a pensar que é passo a passo que se chega mais longe”, afirma.

Ruas fechadas em Cascais, chuva e escolta policial

Um evento em Cascais para um grupo de 500 empreendedores, com vários dias de palestras e atividades, foi, até ao momento, o evento mais marcante em que Diogo Abrantes Sardinha esteve envolvido.

“Realizámos mais de 40 atividades diferentes para os participantes, privatizámos o Parque Marechal Carmona e fechámos ruas inteiras para que se pudessem realizar os eventos sociais em regime de exclusividade para este grupo”, recorda, orgulhoso.

“Cascais parecia uma aldeia habitada tão somente por estas pessoas. A identidade visual do evento tomou conta das ruas e o ambiente era o de quem está em sua casa. Foi um evento muito característico da Voqin’, carregado de emoções tanto para os participantes quanto para nós, que estávamos a organizar. O impacto emocional que conseguimos criar foi o que me marcou mais profundamente”, acrescenta.

Na memória está também outro evento, em que durante um jantar no Convento do Carmo, no verão, a chuva decidiu aparecer “precisamente” durante o espetáculo de vídeo-mapping ao ar livre que tinham planeado.

“Para nossa surpresa, os convidados permaneceram firmes no local, apreciando o espetáculo sob a chuva, e até houve um casal que começou a dançar ao som da chuva. Foi um momento mágico que capturou o espírito do evento e dos nossos convidados”, partilha.

Momentos mágicos à parte, Diogo Abrantes Sardinha recorda-se ainda de um jantar que ajudou a organizar, perto do Panteão, “no dia em que o Sporting conquistou o título nacional, em maio, que acabou por terminar mesmo quando os festejos da vitória começaram”.

Como os clientes “estavam hospedados no Ritz”, a ida do evento para o hotel acabou por ser memorável para todos. “É fácil perceber o desafio que tínhamos pela frente. Acabámos por ser escoltados pela polícia no regresso, o que se revelou uma experiência bastante emocionante. Os clientes até pensaram que tínhamos sido nós a contratar a polícia”, conta, acrescentando que “até poderia ter sido verdade” visto que já o fizeram noutros eventos.

Diogo Abrantes Sardinha gosta de ouvir música ou ver televisão para “relaxar” depois de um evento. “São dias de uma enorme intensidade e adrenalina e é muito importante poder descomprimir quando o evento está concluído. É importante para encontrar o equilíbrio e manter a motivação e energia para os próximos”, remata.