Gouveia, um destino pronto para brilhar no setor dos eventos

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Abraçada à encosta ocidental da Serra da Estrela, Gouveia abre os braços também às reuniões, aos eventos e aos incentivos.

Foi nos baldios de Folgosinho que a Event Point compensou a pegada de carbono do Reinvent the event 2023, com a plantação de 439 árvores, no âmbito do projeto Cuida Evento, desenvolvido em parceria pela Criaverde e Sinambi/Envienergy.

Mas, e embora seja uma ação mais do que importante, uma visita à região pode não visar apenas a compensação da pegada de carbono de eventos, através de ações de reflorestação. A região tem outros atrativos para a indústria das reuniões e eventos, como espaços diferentes para a realização dos encontros – numa incubadora digital, num parque, num cine-teatro ou em quintas na serra –, mas também para experiências ou atividades de team building, ao mesmo tempo que se desfruta da paisagem.

Quinta da Caramuja

Quinta da Caramuja: eventos trazem “benefícios para a economia local”

A Quinta da Caramuja dispõe de alguns espaços “que permitem a realização de pequenos eventos, reuniões, provas de produtos endógenos, bem como a participação em experiências agrícolas, provas de vinhos, queijo ou azeite”, começa por referir Paulo Mota, gerente da Quinta da Caramuja.

Além disso, é possível “participar na vindima ou na colheita de azeitona, participar e acompanhar o pastoreio de animais, a ordenha, ou participar na produção de Queijo Serra da Estrela DOP ou até na recolha de ovos”, refere o responsável, que garante que “toda a atividade agropecuária na quinta é praticada segundo as regras de produção em modo biológico”.

Paulo Mota entende serem “claros” os benefícios da realização de reuniões e eventos na região de Gouveia. “Em primeiro lugar, saliento a visibilidade para a região, porque permite mostrar o que temos de melhor e, assim, continuar a crescer através da captação de mais pessoas, turistas”, explica.

Mas há mais. Além da visibilidade há ainda “benefícios para a economia local”, já que as reuniões e eventos levam pessoas que “podem ficar alojadas na região, consomem em restaurantes locais, adquirem produtos endógenos e, consequentemente, contribuem para a melhoria da qualidade de vida dos habitantes da região”.

“Finalmente, mas não menos importante”, continua, “as reuniões e eventos contribuem para o ganho de conhecimento por parte dos interlocutores. Receber especialistas, por vezes com reconhecimento internacional em determinadas matérias, não tem preço”, já que vai permitir que os operadores da região aprendam com os visitantes e com as suas melhores práticas, mantendo-se “na vanguarda de diversas temáticas, que se refletem no seu desenvolvimento pessoal”, frisa.

Textura Wines

Textura Wines: receber eventos de relevância “coloca Gouveia no mapa”

Nas encostas da Serra da Estrela está também o projeto Textura Wines, que envolve viticultura biológica, produção de vinhos de terroir e enoturismo. A antiga fábrica têxtil renovada conta com dois espaços para reuniões e eventos: uma sala para 50 pessoas, com cozinha de apoio e esplanada, e um pavilhão, também com cozinha de apoio e com capacidade para 250 pessoas.

“Podemos proporcionar vários tipos de experiências, inclusive ‘taylor made’, almoços, jantares e brunch, galas, provas de vinho, eventos corporativos com coffee break, visitas à vinha e adega, sunsets na esplanada”, exemplifica Patrícia Berardi, coproprietária da Textura Wines.

Na opinião da responsável, a captação de reuniões e eventos para a região de Gouveia “possui diversas importâncias estratégicas e benefícios, tanto económicos quanto sociais e culturais”.

Dentre os benefícios, Patrícia Berardi destaca sete pontos. O primeiro é o desenvolvimento económico. “A organização de reuniões e eventos atrai visitantes, o que gera receitas para hotéis, restaurantes, lojas e outros serviços locais. Esse aumento de visitantes pode contribuir significativamente para a economia local, criando empregos e estimulando o desenvolvimento de negócios”, afirma.

Realce também para a descentralização do turismo – “que, muitas vezes, se concentra em áreas urbanas ou mais conhecidas”, pelo que a descentralização “pode ajudar a promover um turismo mais sustentável e equilibrado” – e a promoção da região: “Receber eventos de relevância nacional e internacional coloca Gouveia no mapa, aumentando a visibilidade da região. Isso pode atrair futuros turistas e investidores, além de fortalecer a marca da cidade como um destino para turismo de negócios e eventos.”

De acordo com Patrícia Berardi, a demanda por eventos pode “incentivar investimentos em infraestrutura e melhorias nos serviços locais” (transporte, comunicação e instalações de eventos, por exemplo), pode “facilitar a criação de redes de contatos e parcerias estratégicas com outras regiões, empresas e instituições”, bem como "pode levar ao desenvolvimento de novas habilidades e à capacitação de profissionais locais em áreas como hospitalidade, gestão de eventos e turismo, fortalecendo o capital humano da região”.

Patrícia Berardi defende ainda que os “eventos culturais, científicos e empresariais podem fomentar o intercâmbio de ideias, cultura e inovação”, enriquecendo a vida cultural da cidade e criando mais opções de lazer para os locais.

“Portanto, a captação de reuniões e eventos pode ser uma alavanca importante para o desenvolvimento integrado e sustentável de Gouveia, trazendo múltiplos benefícios para a economia local e a qualidade de vida dos seus habitantes”, finaliza.

The Rock | ©Câmara Municipal de Gouveia

The Rock: Gouveia pode proporcionar “condições fantásticas de retiro”

A The Rock é uma incubadora digital que se dedica à cibersegurança e que possui experiência no desenvolvimento de programas para formar, treinar e consciencializar os recursos humanos das empresas.

Sendo o treino regular das equipas “uma boa prática, uma recomendação e uma necessidade”, a The Rock tem preparados programas de formação, de treino e de consciencialização. “Conseguimos desenvolver programas que combinam eventos em sala, como, por exemplo, jogos e simulações, com atividades ao ar livre de team building, role playing ou visitas culturais, gastronómicas, passeios na natureza e tudo o mais que a Serra da Estrela pode oferecer”, conta Nuno Ramos, managing partner da incubadora digital The Rock.

As instalações da The Rock têm disponíveis “diversas salas de formação com capacidade entre 10 e 30 pessoas e ainda um espaço polivalente que pode acomodar reuniões até 150 pessoas”.

Estando as grandes empresas e instituições normalmente instaladas nas grandes zonas urbanas do país, Gouveia – cidade com história, natureza e ambiente –  “pode proporcionar às empresas e às respetivas equipas condições fantásticas de retiro, que promovem o conhecimento mútuo, o trabalho de equipa e o desenvolvimento de conhecimento; tudo fatores que aportam muito valor para as empresas”, afirma Nuno Ramos, para quem a experiência num ambiente tranquilo e envolvente “relaxa as equipas e as predispõe a aprender e a desenvolver trabalho”.

Nuno Ramos considera que, para o interior do país, “é muito importante este tipo de eventos, porque trazem pessoas, que vêm experimentar, num ambiente de dia a dia de trabalho, um outro modo de vida, quiçá mais tranquilo e até produtivo”.

E é nessas ocasiões que se apercebem “que existem infraestruturas para lhes proporcionar uma vida confortável” e também “de outros modos de vida onde se podem sentir bem e integrar, conseguindo imaginar um quotidiano, provavelmente menos stressado, mas sustentável e em harmonia com o planeta e, acima de tudo, com a vida familiar”, remata.

Parque Senhora dos Verdes

Parque Senhora dos Verdes: eventos contribuem para a “valorização do território”

Com centenas de hectares de terreno natural, o Parque Senhora dos Verdes também oferece à população de Gouveia e aos seus visitantes estruturas de lazer: um parque infantil, uma piscina, restaurante e cafetaria, um polidesportivo exterior e outros espaços onde é possível desenvolver atividades e desportos.

Mas há também espaço para a indústria as reuniões e dos eventos. E para tal, o Parque Senhora dos Verdes conta com duas salas de reunião com equipamentos audiovisuais, um pavilhão multiusos com capacidade para cerca de 800 pessoas e um salão para refeições e eventos com capacidade para entre 150 e 200 pessoas, que tem ainda apoio de cozinha, refere Nuno Pinto, da Montanhas de Aventura, empresa que tem a concessão do parque para as atividades.

Com todas as infraestruturas disponíveis – a que se acrescem camaratas para 40 pessoas, três casas para alojamento local e campismo –, são vários os tipos de experiências possíveis no Parque Senhora dos Verdes: lançamentos de produtos e marcas; team building e eventos corporativos; estágios com equipas desportivas; desportos de aventura e de natureza; torneios de paintball; encontros e eventos estudantis; festivais de música; eventos motorizados 4x4; festas de espuma; entre outros eventos.

Para Nuno Pinto, a captação de reuniões e eventos para a região é importante para a “valorização do território” e para a “promoção da descentralização turística e demográfica”, além da sua “contribuição para a economia local”.