Inovar nas experiências
23-01-2024
# tags: Turismo , Conferências , Experiências
Joe Pine, o autor da famosa teoria da economia da experiência, esteve no Boost, e explicou como a experiência deve estar no centro das estratégias de turismo.
Experiência foi a palavra mais proferida por Joe Pine, autor do livro “A Economia da Experiência”, durante a sua comunicação no Boost – Building Better Future, evento do Nest, que se realizou em janeiro, no Porto. Para o orador, o turismo tem de inovar nas experiências que proporciona porque está a competir pela atenção – e aqui o smartphone é a principal concorrência -, pelo dinheiro, mas sobretudo pelo tempo das pessoas. E para Joe Pine o tempo é o recurso mais precioso, o maior luxo da atualidade.
Destinos, empresas, eventos de todo o mundo competem então pela atenção do consumidor e é preciso, segundo Joe Pine, “abraçar o futuro do turismo” e isso tem alguns pressupostos: cobrar a admissão (produtos, experiências, tudo deve ter um valor a pagar), conjugar real e virtual e customizar ou personalizar de forma massiva a oferta. Neste último ponto, o orador deu como exemplo o Ritz Carlton, que regista todas as preferências dos hóspedes, criando uma espécie de perfil de cada um. Quando o hóspede volta ao hotel, este já sabe das suas necessidades e atua de acordo. Individualização e personalização são uma das principais tendências de comunicação na atualidade.
É preciso, segundo o autor, inovar nas experiências que damos ao turista, ao participante. “As pessoas querem experiências com significado” e esse é “o futuro do turismo”, querem viagens transformativas e aspiracionais e é por isso que depois da atual “economia da experiência”, virá a “economia transformativa”. As pessoas já não quererão saber se o tempo foi bem gasto naquilo que valorizam, mas se o seu tempo foi bem investido.
Experiências únicas
Quim Martínez, vice-presidente do Tourism Innovation Hub, da Mastercard, debruçou-se nas tendências que vão marcar 2024, dividindo-as em três grandes blocos: turista, mercado e tecnologia.
Turista
- Está à procura de experiências únicas;
- Quer ser o mais autónomo possível e ter tudo sob controlo no smartphone;
- Valoriza o ‘value for money’, isto porque os orçamentos vão estar mais contidos;
- Valoriza a sustentabilidade e a viagem com propósito:
- Valoriza o bleisure (business+leisure).
Mercado
- Novos mercados emissores: China e Índia;
- Grande mpacto das crises e conflitos geopolíticos;
- Aumento dos custos de energia e da cadeia de fornecimento;
- Regulamentações de sustentabilidade;
- Falta de mão-de-obra especializada e com competências digitais no turismo.
Tecnologia
- Inteligência artificial;
- Identidades digitais e super apps de turismo
- Common European Data Spaces (programa que está em desenvolvimento, pela União Europeia) que tem como objetivo agregar dados comuns para serem usados por todos os cidadãos;
- Facilidade nos pagamentos (tap & go);
- Necessidade de maior cibersegurança.
O orador lembrou, no entanto, e a propósito da conjuntura atual que não há turismo sem paz.
O Boost-Building Better Future é um evento anual do Nest – Tourism Innovation Center, que tem como objetivo discutir o futuro do turismo. O evento, que decorreu na Casa da Música, teve a organização da Eventors’ Lab.
© Cláudia Coutinho de Sousa Redação
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