QSP Summit quer captar visitantes estrangeiros
16-09-2022
# tags: Marcas , Ativação de Marca , Marketing , QSP Summit
A edição “mais ambiciosa” da QSP Summit contou com o recorde de 3.000 participantes.
Os números deste ano da QSP Summit são impressionantes: 3.000 participantes, 60 oradores, sete palcos, 140 expositores e, por isso, Rui Ribeiro, CEO da QSP, dizia na abertura da conferência que esta era a edição “mais ambiciosa” de sempre. O objetivo do evento, um dos maiores do mundo nas áreas do marketing e management, mantém-se: atrair turismo de qualidade, sobretudo o empresarial, para o destino, região e país.
Este ano o tema transversal ao evento foi “Building Sustainable Growth” e, no espaço de exposição, muitas empresas adoptaram o tema nas suas ativações de marca. Há muitos anos que a QSP reúne no espaço expositivo empresas dos mais variados setores que procuram no evento chegar ao seu público-alvo: os decisores de topo. A Riopele foi uma das marcas presentes no evento, e aproveitou para partilhar a experiência no metaverso.
Também a Edigma, especializada na criação de experiências interativas, trouxe a tecnologia à QSP Summit.
A Goweb Agency, cujo core é a comunicação digital, esteve na QSP a mostrar os processos e as ferramentas para tornar os negócios mais pujantes.
Já o ISAG esteve no evento a apresentar a sua oferta formativa ao nível da gestão, NFT, blockchain, entre outras.
A Brand your Walk, que tem a sustentabilidade no ADN, apresentou uma coleção especialmente pensada para a QSP Summit.
Food for thought
Também os oradores privilegiaram o tema da sustentabilidade, nas suas mais diversas vertentes. O evento contou com nomes de peso, como Fareed Zakaria (jornalista da CNN e economista), que deu uma autêntica lição de economia e geopolítica. Para o orador, o mundo está num momento de transformação, “toda a gente está nervosa e sente incerteza”. Isto porque estamos a viver quatro crises em simultâneo: geopolítica (crise encabeçada pelo conflito na Ucrânia), económica (inflação muito alta), a covid (que ainda não desapareceu) e a do clima, que no entender de Zakaria é “a mãe de todas as crises”. É preciso reinventar o sistema, e para isso a Europa tem que ocupar um lugar de destaque, afirma. “Tem que haver mais potências além dos Estados Unidos” e um bloco Europa/Estados Unidos pode estabilizar o mundo. O jornalista apela a que se pense com visão e idealismo, sem descurar a vertente prática. Só assim vai ser possível mudar o mundo.
Também António Horta Osório, chairman da Bial, abordou as perspetivas económicas no contexto internacional. Os problemas atuais, guerra, inflação, taxas de juro a subirem, desglobalização, derivada da pandemia, podem comprometer as metas do clima.
Já Tom Raftery, da SAP, acredita que a economia global vai transformar-se na economia do clima. Isto porque há muito regulação nesta área, e ainda vai haver mais no futuro. Empresas privadas, de vários setores, já estão na dianteira desta ‘revolução’, e “não há volta a dar”. Raftery apela: “temos de nos tornar heróis do clima”. Greg Williams, da Wired, afinou pelo mesmo diapasão, afirmando mesmo que estamos na 4ª revolução industrial, em que as energias renováveis vão ser cada vez mais baratas.
Houve outros temas abordados nas conferências. Por exemplo, a cibersegurança, que é uma das grandes preocupações atuais das empresas (Ler artigo). Em 2021, o impacto do cibercrime na economia foi de 6 triliões de dólares, referiu Charlie McMurdie, ex-Scotland Yard e especialista neste tipo de criminalidade. Ela lembra que as empresas têm de investir na proteção dos seus dados, devem estar sempre alerta e preparadas para responder.
Jane Thomason, da Kasei Holdings, tratou um dos temas do momento, o metaverso. A especialista acredita que a blockchain tem muita utilidade social, sendo que promove a inclusão. E há muitas áreas: governamentais, saúde e bem-estar, retalho, entretenimento, para citar apenas algumas, em que o metaverso vai ser realidade. No entanto, “temos de trazer a ética a tudo isto”. A tecnologia dá-nos novas escolhas, mas só a ética permite fazer boas escolhas, avisa. “Não coloquem a cabeça na areia”, diz Jane Thomason, o metaverso “is coming”.
O tema da liderança é quase sempre abordado na QSP, e desta vez foi explorado por Delia Garcia, da L’Oréal Espanha & Portugal. A oradora lembrou que precisamos de líderes transformacionais nas empresas, que partilhem paixão e que tenham uma voz. E que depois inspirem outros líderes, dentro da própria empresa, mas também junto dos fornecedores, clientes e consumidores.
Rory Sutherland, Ogilvy UK, lembrou que as boas ideias só são boas em retrospetiva, mas que a inspiração agora vem de qualquer lado, de qualquer país. E que para as ter é preciso entender o comportamento humano. O mundo é mais ‘bagunçado’ do que admitimos, diz Sutherland, e o problema é que nos apoiamos mais na economia para tomar decisões e não temos em conta o comportamento humano. “A economia não tem modelos para emoções”, e a visão de topo está muitas vezes distanciada da de baixo.
E por falar em comportamento humano, Ashley Fell, investigadora social na McCrindle, partilhou com a audiência a visão sobre a geração alfa, os filhos dos millennials. São integradores digitais, globais, habituados a ecrãs e os futuros arquitectos do metaverso. 65% dos membros desta geração vão trabalhar em profissões que ainda não existem, vão ser influenciados mais pela inteligência artificial do que por influenciadores ou pares. E vão ser muito mais conscientes sobre assuntos relacionados com sustentabilidade. Este é o tema para eles e vão responsabilizar as marcas não sintonizadas com estas matérias. As marcas devem ser reais, relevantes, responsivas e relacionais na abordagem a esta geração.
Houve ainda várias sessões paralelas, onde se discutiram muitos outros temas, e todas com casa cheia.
No final, em entrevista à Event Point, Rui Ribeiro dava conta de que o desafio desta edição era “voltar a superar as expectativas das pessoas” e o balanço é “francamente positivo”. A meta dos 3.000 participantes foi cumprida, e os conteúdos “foram uniformes”, sublinha Rui Ribeiro. E o que é preciso então para o evento crescer ainda mais? “Estamos a trabalhar com várias entidades, desde logo as cidades do Porto e de Matosinhos, como cidades anfitriãs, com o Turismo do Porto e Norte, com o Turismo de Portugal, para atrair participantes estrangeiros”, diz Rui Ribeiro, revelando que esta é a próxima fase da evolução da QSP Summit. “Nós estamos muito empenhados nisso”, remata.
A Event Point esteve presente na QSP Summit, de 28 a 30 de junho, com a Event Point TV, e contou com o apoio da New Audiovisuais e da Mojobrands. Pode consultar todos os vídeos no youtube da Event Point
Com Raquel Madureira
© Cláudia Coutinho de Sousa Redação
Editora