Candidatos à presidência da ICCA querem “criar valor”
12-10-2022
# tags: ICCA , Capítulo Ibérico da ICCA
Marta Gomes, Daniel Palomo e Gregg Talley são os três candidatos à presidência da ICCA, cuja eleição decorre em Cracóvia, a 6 de novembro.
É na 61ª Assembleia-Geral da ICCA, que vai ter lugar na Polónia, que vai ser conhecido o próximo presidente da associação. Daniel Palomo (Visit Houston, Estados Unidos), Gregg Talley (Talley Management Group, Estados Unidos) e Marta Gomes (Palais des Congres de Paris – Viparis, França) estão na corrida e têm-se apresentado aos diferentes capítulos.
Na apresentação ao Capítulo Ibérico da ICCA, apenas Daniel Palomo e Marta Gomes estiveram presentes e deram a conhecer as linhas do seu programa. Ambos querem criar valor para a associação, gerar mais envolvimento e colaboração entre os membros.
Daniel Palomo sente que a ICCA lhe deu muito. “Desde que comecei, há 15 anos, a fazer parte desta comunidade que temos conseguido, aqui em Houston, captar congressos muito importantes, que beneficiaram a comunidade”, referiu, adiantando que, da mesma forma, sente que pode beneficiar a associação. E, por isso, é candidato.
Daniel Palomo lembrou que o mundo mudou nos últimos anos e que pede parcerias e soluções criativas. Defende assim ser necessário “criar uma nova proposta de valor”, proporcionando a interação e a partilha de valor e das melhores práticas entre os diferentes capítulos.
Para aumentar a colaboração, Daniel Palomo deixa algumas estratégias: criar uma plataforma e uma comunidade digital, onde se possa ter acesso a todos os membros da ICCA, “de todo o mundo, em tempo real, todos os dias, a todas as horas”, sendo assim possível gerar “mais oportunidades de negócios”; realizar mais reuniões presenciais; estabelecer mais parcerias corporativas, em várias regiões; abrir a comunidade e “aproveitar tudo o que nos dá uma comunidade global”.
As metas de Daniel Palomo passam por aumentar a colaboração global e o intercâmbio de conhecimento e de oportunidades de negócios; criar mais valor intersectorial e intercapítulos; criar uma plataforma digital; promover a diversidade e a inclusão; defender impactos sociais positivos; falar “com uma voz mais forte” sobre o desenvolvimento económico mundial; e também “continuar a avançar com transparência, responsabilidade e sustentabilidade”.
No final e a título de resumo, Daniel Palomo disse que pretende “criar uma proposta valor para a ICCA” e lembrou que “não podemos trabalhar com uma mentalidade pré-pandemia”, pois é preciso “mais inovação, mais criatividade, estarmos aptos a interagir mais proximamente e gerar mais valor para a ICCA, mas também para as nossas empresas”. E forma de isso acontecer é “envolver, colaborar, gerar mais oportunidades de negócios entre nós e também interagirmos externamente com diferentes corporações e diferentes associações”.
Participação, envolvimento e compromisso
Também Marta Gomes explicou porque quer ser presidente. “Eu acredito na ICCA. A ICCA ajudou-me a ser bem-sucedida no meu trabalho, a ganhar centenas de congressos para a minha cidade, ajudou-me a aprender, a tentar novas coisas, a inovar e a progredir na minha carreira e, acima de tudo, ajudou-me a conectar com pessoas de todo o mundo, que enfrentam os mesmos desafios que eu e que gostam de colaborar e de criar soluções juntos.”
A portuguesa adiantou acreditar “que a ICCA pode trazer o mesmo valor para as empresas e para indivíduos” em todo o mundo e que, ouvindo e pondo as suas necessidades, aspirações e valores no centro de tudo, é possível “tornar a ICCA mais forte, mais global e mais sustentável para o futuro”.
Marta Gomes mostrou o vídeo de apresentação da sua candidatura, onde frisa que acredita “que o poder da ICCA está nas suas pessoas”. Também afirma que o trabalho conjunto, a troca de conhecimento e a partilha de dados e opiniões é importante. “Colaborar como uma comunidade, para alcançar desenvolvimento e progresso para os nossos negócios e para a meetings industry como um todo.”
A candidata, que é atual primeira vice-presidente da ICCA, sublinhou que é importante lembrar não só o que a associação pode fazer pelos seus membros, mas também o contrário. E isso requer participação, envolvimento e compromisso das pessoas.
A sua visão é baseada na construção de um futuro brilhante para todos e estabelece três prioridades: ouvir (“quero que todos os membros tenham voz”, deem feedback e falem das suas preocupações), personalizar (“precisamos de nos envolver com todos”) e partilhar (“a ICCA devia ser a plataforma para partilharmos as nossas experiências e conhecimento para o progresso de todos nós”). “O meu sonho é alcançar estas prioridades com vocês.”
No final, Marta Gomes afirmou que está pronta para “estar ao serviço” dos membros da ICCA e de levar para a meetings industry a sua “energia, experiência e paixão”. “Penso que uma das medidas do sucesso da ICCA – para outras associações também, mas particularmente da ICCA – é o nível de envolvimento, porque é só através disso que conseguirmos valor como membros.”
Sustentabilidade, a meetings industry e os capítulos
A sustentabilidade está no topo da agenda mundial. Para Daniel Palomo, “a ICCA deve concentrar-se em trazer mais oportunidades para todos os diferentes destinos, no sentido de trabalharem na criação da sua política de sustentabilidade”. E isso passa por dar pequenos passos, sendo o primeiro a medição do impacto dos eventos, e pela implementação de uma marca de referência que possa servir a todos.
Por seu lado, Marta Gomes adiantou que, quando pensamos em sustentabilidade, também pensamos no seu impacto. “Os eventos são importantes” e estar presente num evento tem de valer o “investimento”, não só de tempo e dinheiro, como do seu impacto, da sua pegada carbónica. “Há valor nos eventos presenciais”, que são importantes, mas é preciso juntar a isso a preocupação com a sustentabilidade, criando ações para minimizar os seus efeitos nocivos.
Sobre o segmento da gestão de eventos e reuniões, Marta Gomes afirmou haver menos espírito de colaboração entre esses membros, “que competem muito mais do que o que partilham”, sublinhando a necessidade de uma mudança de mentalidade, de se ‘arregaçarem as mangas’ e de trabalharem juntos.
Daniel Palomo também reconheceu essa competição entre os organizadores de eventos e a necessidade de arranjar um denominador comum de onde todos possam beneficiar. É também preciso haver mais esclarecimentos no que diz respeito ao papel de um PCO. “É preciso conversar, a nível global, sobre os diferentes papéis que se desenrolam na captação e organização de um evento num destino”, sustentou.
Sobre a relação entre os diferentes capítulos da ICCA, Daniel Palomo afirma que há muita coisa que tem de mudar e que, na sua perspetiva, os diferentes capítulos deveriam ser geridos de forma a estarem todos “sincronizados”. “Acho que os capítulos devem ser mais autónomos, e estar aptos a conseguir fundos, mas sempre supervisionados por alguém”, disse, defendendo mais colaboração entre capítulos, que são quem está mais próximo dos membros, e a criação de oportunidades de negócios.
Uma das coisas de que Marta Gomes gosta nos capítulos é do facto de ser uma oportunidade de a associação chegar a mais pessoas. “Acho que os capítulos são uma boa forma de incluir líderes voluntários e de ter participação a nível regional, sem ser um esforço demasiado grande”, referiu, acrescentando que os capítulos “têm a sua personalidade” e que a sede da ICCA pode promover mais formação e partilha. “Uma coisa boa desta liderança voluntária é que cria uma oportunidade para que as gerações mais novas se envolvam.”