Papa Francisco em Portugal: Protocolo de Estado presente durante toda a visita

01-10-2023

# tags: Protocolo

A visita do Papa Francisco a Portugal, entre 2 e 6 de agosto, por ocasião da Jornada Mundial  da Juventude Lisboa 2023, é um exemplo de como o protocolo está ao serviço de eventos,  neste caso de um evento religioso, e de como é rigorosamente cumprido. 

Desde o momento em que a viagem do Papa a Portugal foi confirmada teve início um  complexo plano logístico e um apertado dispositivo de segurança, à semelhança do que já  aconteceu em 2017, quando o Papa Francisco esteve em Fátima para presidir às  Celebrações do Centenário das Aparições.  

“Naturalmente que o Protocolo se afigurou indispensável desde o primeiro momento  envolvendo, desde logo, três entidades: O Vaticano, o Santuário de Fátima (como entidade  anfitriã) e o Protocolo do Estado Português”, explicam as especialistas em protocolo Cristina  Fernandes e Susana Casanova.  

Transporte, alojamento e comitiva com regras a cumprir 

O Papa deslocou-se a Portugal na dupla condição de Chefe de Estado e Chefe da Igreja  Católica. “Em termos protocolares, é seguido o Protocolo do Estado que o acolhe”.  

Em viagens internacionais, o Chefe da Igreja Católica parte de Itália num voo de uma  companhia aérea italiana e regressa num voo da companhia aérea do país visitado, neste  caso a bordo de um avião da TAP. Viaja com uma comitiva que poderá chegar até 50  pessoas, acompanhado pelos seus colaboradores mais próximos e pela Guarda Suíça.  

O Papa Francisco fica sempre alojado em casas eclesiásticas, numa Casa Episcopal ou num  Seminário. Os carros oficiais dos Papas têm sempre a matrícula SCV-1 e o “papamóvel” é  transportado desde o Vaticano. 


Protocolo de Estado deve ser respeitado “com total discrição” 

Quer no âmbito da visita de 2017, quer no âmbito da participação na Jornada Mundial da  Juventude 2023, os habituais desafios do protocolo - “técnica de organização essencial que  vai muito para além da implementação da normativa de precedências” conviveram com “uma  necessidade imperiosa de cumprir com alguns outros pontos fundamentais”. 

“Garantir que todo o processo de acolhimento, alojamento e refeições acontecia numa  atmosfera revestida de simplicidade, mas com a dignidade que o Santo Padre merece e que  igualmente lhe é conferida pelo seu estatuto; cumprir exatamente os horários; respeitar as  precedências, quer as do Vaticano, quer as Portuguesas, interagindo com membros da Igreja  e leigos; gerir o processo sempre com total discrição” são, para Cristina Fernandes e Susana  Casanova, as principais responsabilidades associadas ao cumprimento do Protocolo de  Estado.