Turismo de negócios e o impacto na economia
05-05-2022
# tags: Turismo de Negócios
Este foi um setor claramente afetado pela pandemia de covid-19 que atingiu praticamente todo o planeta.
Ainda que a própria definição de “turismo de negócios” seja subjetiva, vamos admitir que se refere a todos os milhões de pessoas que, no mundo inteiro, viajam por razões profissionais, para participar numa reunião, num congresso, numa feira, num encontro corporativo ou num incentivo, por exemplo.
A pandemia de covid-19 que atingiu praticamente todo o planeta, afetou amplamente este setor. O site Statista reporta uma quebra mundial na ordem dos 61% em 2020, face a 2019, com o setor a cair de 1.200 milhões de euros para cerca de 480 milhões, um ano mais tarde.
Em Portugal, a associação da hotelaria registou, em 2020, uma quebra no setor, por causa da pandemia, de mais de 70%, em resultado também da indústria de eventos ter parado ou diminuindo em muito a sua atividade.
Mas estes são apenas alguns dos impactos do turismo de negócios na economia. Temos que pensar ainda em todo o valor que é gerado pela organização dos eventos em que estas pessoas participam: o aluguer dos venues, os audiovisuais, o catering, a decoração, a animação, a segurança, os programas sociais, etc., etc.
Importa ainda olhar para os números que nos dizem que, em média, um viajante a trabalho gasta mais por dia do que um viajante em lazer (um estudo na cidade de Lisboa, publicado no relatório da Organização Mundial de Turismo “Global Report on the Meetings Industry”, indicava uma diferença de 30%, a favor dos viajantes a trabalho) . E só por estes indicadores é fácil perceber que, por exemplo, um congresso científico com alguns milhares de participantes muito facilmente pode ter um impacto direto sobre a economia local de dezenas de milhões de euros, ajudando ainda a criar postos de trabalho, permanentes ou temporários.
Também está estudado, e confirmado, o facto de que muitos destes viajantes voltam depois ao destino, em lazer, ou prolongam a sua estada para aproveitar uns dias com os amigos ou a família. E fazem compras, e visitam museus, e vão a bares a restaurantes, etc.
Esta atividade gera ainda outro tipo de impactos, como os impostos ou os custos de licenciamento, e também por aí os benefícios para as regiões e para os países aumentam.
Outros impactos
Além dos impactos mais óbvios, de índole económica e financeira, os viajantes a trabalho produzem outro tipo de impactos, talvez mais difíceis de medir, mas tão ou mais importantes. E basta pensarmos em algumas situações típicas:
. A parceria de negócios que permite começar um novo negócio ou atividade;
. A partilha de conhecimentos, que nos permite avançar na ciência, na tecnologia (descobrir talvez a cura para uma doença que nos afeta, ou acelerar o desenvolvimento de uma vacina que nos vai proteger de outra, ou descobrir uma forma de diminuir o consumo de combustível dos nossos carros, ou pensar numa técnica para construir casas mais confortáveis e sustentáveis, ou… );
. A descoberta de uma nova cidade que nos agrada tanto que queremos mudar e passar a viver ali (ou pelo menos comprar uma segunda habituação);
. O contacto com uma situação em que podemos ajudar, seja diretamente ao através de uma ONG dedicada a uma certa causa, social, ambiental ou outra.
Antecipar o futuro
Os efeitos da pandemia, nalguns casos, vão deixar marcas perenes e a diminuição das viagens de negócios são uma delas. Muitos esperam que este número de viagens baixe simplesmente porque as pessoas perceberam que certas deslocações não são indispensáveis: qual a razão de apanhar um avião, e perder dias de trabalho, para participar em reuniões curtas, com meia dúzia de pessoas, que podem ser facilmente substituídas por uma conversa no Zoom ou no Teams? Uma tendência para continuar a acompanhar, depois de ultrapassarmos as saudades de estarmos uns com os outros, à medida que vão caindo as restrições impostas pela pandemia.
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