“Ficámos muito surpreendidos com a vontade dos expositores voltarem à BTL”
08-02-2022
# tags: BTL , Feiras , Turismo , Turismo de Negócios
Depois de dois anos de interregno, a maior montra do turismo nacional tem encontro marcado de 16 a 20 de março, na FIL, em Lisboa. Dália Palma, gestora da Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL), revela-se optimista para a realização daquela que poderá ser uma das melhores BTL de sempre.
A pouco mais de um mês para a realização da BTL – Bolsa de Turismo de Lisboa, as expetativas são animadoras. Com todos os quatro pavilhões da FIL – Feira Internacional de Lisboa adjudicados, mais de 90% das confirmações dos espaços ocupados e com a descida de casos de Covid-19, tudo indica que estão reunidas as condições para a realização do tão aguardado reencontro do turismo nacional, que acontece de 16 a 20 de Março, na FIL, em Lisboa.
À Event Point, Dália Palma, gestora da BTL, revela que o desejo por parte dos expositores em regressar à BTL, que não se realiza desde 2019, é notório. “Ficámos muito surpreendidos com a vontade dos expositores voltarem à BTL, à sua BTL, porque a BTL é dos expositores não é nossa”, salienta. Para a responsável, este facto é reflexo da resiliência do turismo nacional e da vontade dos ‘players’ em retornar à normalidade da atividade turística. “Não quero dar a parecer que tudo está bem, mas isto demonstra a resiliência e a vontade do setor em esquecer a pandemia, a dizer já chega e a voltar ao que o Turismo sempre foi. E isso é espectacular!”
A edição de 2022 da BTL pode vir a ser uma das melhores edições de sempre, o que já era expetável em 2020, não tivesse o espoletar da pandemia cancelado a feira desse ano. “2020 seria a melhor BTL de sempre. Atrevo-me a dizer, que esta BTL vai ser, em termos de representatividade em número de expositores e área ocupada, igual ou superior a 2019”, assinala.
Se as previsões para a realização da BTL estão em alta, também o estão para o turismo nacional este ano. Dália Palma considera que a feira acaba por funcionar como um barómetro da economia, à semelhança de outras feiras de variados setores que têm na FIL o seu palco. A BTL 2022 não é exceção. “A BTL, a que estamos habituados, voltar a realizar-se é o espelho do setor, da sua resiliência e da necessidade deste em regressar à feira, voltar a promover o destino Portugal, quer junto dos profissionais portugueses, quer dos profissionais internacionais”, sublinha.
O que encontrar na BTL 2022?
A venda direta era já uma aposta das últimas edições da BTL, mas que na edição deste ano vai ser reforçada. Segundo a gestora da BTL, a venda direta, que anteriormente estava concentrada no pavilhão Internacional através das agências de viagens, vai estender-se aos restantes pavilhões onde está em exposição o produto turístico português. Esta estratégia da BTL 2022 está alinhada com o que adveio da própria pandemia: uma maior preocupação em vender o destino Portugal aos portugueses que foram, nestes últimos dois anos, o seu mais importante mercado. “Durante estes dois anos de pandemia, houve um grande esforço do Turismo de Portugal em criar e promover o destino nacional para o consumo interno. Queremos reforçar isso e levar essa estratégia da venda direta aos outros pavilhões, sensibilizando os expositores a que, de facto, é importante também promover e criar produto que esteja em exposição na feira para o consumo interno e venda direta ao público em geral”, esclarece. Esta é uma forma de enfatizar a concretização de negócios não apenas nos dias dedicados aos profissionais, mas também ao público em geral, ou seja, ao longo dos cinco dias da feira e por todos os pavilhões.
Meetings Industry em destaque
A par com o sol&praia, turismo cultural, enoturismo, turismo de natureza, também a Meetings Industry (MI) vai ser um dos produtos turísticos em destaque na BTL 2022. “Temos uma área de Meetings Industry dentro da BTL, que estava programada para 2020, e vamos mantê-la para esta edição”, descreve a responsável, realçando que a MI é um dos focos do programa de ‘hosted buyers’ organizado em parceria com o Turismo de Portugal e a companhia aérea TAP. O objetivo é que os compradores internacionais de vários mercados, como seja a Europa, Brasil, Estados Unidos da América e Canadá “possam vir a Portugal reunir-se com os expositores presentes na BTL, mas também visitar espaços com condições para receber estes grandes congressos, desde o Centro de Congressos a outros equipamentos que disponibilizamos”.
A BTL 2022 vai dispor de uma área de exposição no pavilhão 3 para os ‘players’ da Meeting Industry, desde hotéis a Destination Management Companies (DMC’s), mas também uma zona específica de reuniões para estes se reunirem com os compradores internacionais convidados. Além das reuniões presenciais, que vão acontecer em maioria, Dália Palma indica que vai existir ainda uma “pequena componente de reuniões online” para os compradores internacionais que de alguma forma possam estar impedidos de estar presencialmente na BTL.
De uma forma geral, a estrutura da BTL mantém-se idêntica à edição de 2019, com o pavilhão 1 a receber as sete regiões turísticas nacionais, das quais o Porto e Norte de Portugal é o destino nacional convidado, e o Turismo de Portugal.
No pavilhão 2 vai ser possível continuar a encontrar a oferta turística nacional com as variadas Câmaras Municipais, que quiseram marcar presença, com destaque para o município convidado de Anadia, assim como pelas Comunidades Intermunicipais (CIM’s), mas também complementadas pela BTL Cultural que terá este ano a curadoria da Fundação Calouste Gulbenkian e o museu nova-iorquino MoMA como convidado.
A hotelaria e os equipamentos e serviços vão estar em exposição no pavilhão 3, onde também estará situado o BTL Lab, com uma área dedicada às startups dinamizada pelo NEST – Centro de Inovação do Turismo de Portugal, e com uma área dedicada à exposição de empresas na área das tecnologias que prestam serviços à hotelaria. “Ainda dentro da BTL Lab, vamos contar com um palco promovido pela Movijovem com conteúdos focados nos ‘millennials’”, completa. Este pavilhão será complementado pelo auditório principal que vai servir de palco às mais diversas conferências durante a BTL.
Já o pavilhão 4 será palco da multiculturalidade com a presença dos cerca de 60 destinos internacionais, onde se destaca o destino internacional convidado – República Dominicana, a Jamaica, Rio de Janeiro, São Paulo, Tailândia e os destinos espanhóis de Formentera, Badajoz, Castela e Leão e Canárias. A distribuição turística, com variados grupos de agências de viagens, assim como a animação turística e as companhias aéreas completam a oferta de expositores deste pavilhão.
No que diz respeito às regras de acesso ao certame, Dália Palma explica que a BTL vai “realizar-se de acordo com as regras da Direção Geral de Saúde à data da realização da feira”. “Neste momento, aquilo que conhecemos é que para ir a um evento é necessário a utilização de máscara dentro do recinto, certificado ou teste negativo à Covid-19. São todas essas regras que vamos aplicar e vamos ser rigorosos na sua aplicação. A um mês e meio da feira, ainda acredito que muita coisa irá mudar”, refere.
Recorde-se que, esta segunda-feira, dia 7, deixou de ser necessária a apresentação de teste negativo à entrada de Portugal por via área, sendo apenas exigida a apresentação do Certificado Digital Covid da União Europeia nas suas três modalidades ou de outro comprovativo de vacinação devidamente reconhecido. Espera-se que, até março, o levantamento de restrições continue.
Raquel Relvas Neto