The Presidential Train: Lohad processa CP, FMNF e chef Chakall
31-07-2024
A Lohad, empresa criadora do projeto The Presidential Train, deu entrada a um processo legal contra a CP, a Fundação Museu Nacional Ferroviário (FMNF) e o chef Chakall.
Na base do processo está, explica a Lohad, a “usurpação ilegal e destruição do multipremiado projeto ‘The Presidential Train’”. “O processo que agora damos entrada nos tribunais provará, sem sombra de dúvidas, não só violação do direito de propriedade industrial e concorrência desleal, bem como a quebra de responsabilidade pré-contratual por violação de deveres comerciais”, lê-se em comunicado.
A Lohad começa por esclarecer que o projeto The Presidential Train foi criado por Gonçalo Castel-Branco, que “deu seguimento a uma ideia da sua filha, na altura com dez anos de idade”. Num comboio histórico, a viagem pela linha do Douro celebraria “o melhor do nosso país e cultura”, com menus preparados por renomados chefs nacionais, baseados em produtos e marcas regionais.
A T&M/Lohad, FMNF e CP assumiram uma parceria para a realização do projeto (“no qual a T&M/Lohad assumia a totalidade do investimento do mesmo”) e a iniciativa resultou em vários prémios, entre os quais o de melhor Evento Público do mundo nos Best Event Awards e o Prémio Nacional de Turismo. Apesar do sucesso, a última viagem deste projeto realizou-se em outubro de 2022.
Perante o anúncio de que o Comboio Presidencial estava de volta aos carris, através de uma parceria entre a CP, FMNF e chef Chakall, em novembro do ano passado, a Lohad acusa este de ser uma “cópia” do projeto original. E embora a CP tenha defendido que esta seria uma nova experiência com mais envolvimento da região, a Lohad fala em “usurpação ilegal da ideia, marca e processos criados e afinados pelo promotor original”.
“O que é facto é que, apesar da troca dos melhores chefs do país por uma celebridade sem credibilidade gastronómica, o projeto novo mantinha o mesmo conceito, nome, preço, trajeto e know how (para o qual os novos intervenientes contactaram vários dos fornecedores do projeto anterior, know how esse propriedade da Lohad)”, frisa o comunicado.
A Lohad entende que “a CP apostou então numa estratégia clara e premeditada de confundibilidade, ludibriando o público nacional e internacional para depois entregar um produto medíocre que naturalmente danificou o bom nome do empresário Gonçalo Castel-Branco e da Lohad, empresa reconhecida internacionalmente pelos seus produtos de luxo de qualidade superior”.
Por esse motivo, “a Lohad perseguirá todos os meios legais para ver ressarcidos não só os prejuízos reputacionais como os lucros cessantes, num valor de dois milhões de euros – valor que naturalmente deverá crescer caso o projeto CP/Museu/Chakall tenha continuidade”.