Novos desafios – Novas oportunidades

Opinião

15-10-2024

# tags: Agências , Eventos , Associações

A indústria dos eventos está a recuperar da maior crise existencial – as agências que aproveitaram esse tempo para se prepararem para o futuro estão a ultrapassar os seus concorrentes.

Esta é a conclusão a que chegámos com as agências nossas associadas de todos os países europeus, desde a Escandinávia à Península Ibérica e a todas as outras partes do continente.

A preparação para o futuro exige que as agências – tal como todos os outros atores do mundo empresarial – encontrem respostas para as questões prementes dos dias de hoje: Como atrair e reter talentos? Como aproveitar as oportunidades que a inteligência artificial está a oferecer? Como é que concebemos formatos de eventos que não criem um impacto negativo na sustentabilidade? Como gerir as pressões de tempo cada vez maiores das decisões a curto prazo?

A isto estão associados desafios ainda mais prementes. O tempo, cada vez mais curto, que é necessário para planear e produzir o evento, a segurança (especialmente em eventos de massas) e a velocidade vertiginosa com que surgem novas tecnologias e tendências.

O consumidor atual também está sempre ansioso por experiências novas e envolventes. As marcas precisam de criar ligações e histórias, a qualidade e o preço já não são o fator principal.

Tudo isto significa que as agências atuais têm de ser terrivelmente ágeis e eficazes, mas, ao mesmo tempo, significa que um gestor de eventos atual tem de dominar muitas competências em simultâneo. Então, como é que encaramos e respondemos a este “novo normal”?

Uma das respostas reside no trabalho em rede e na transparência entre pares. As associações, as parcerias internacionais e a pertença a redes trazem vantagens óbvias. Conhecimento e visão alargados, novas perspetivas e, acima de tudo, partilha de experiências.

O mesmo problema tem muitas vezes soluções diferentes, consoante a cultura de cada agência. Por exemplo, os funcionários das agências que são membros da 27Names gostam de participar no programa Talent X do grupo, um formato regular de formação e workshop de dois dias em que os profissionais experimentam a inspiração, a partilha de conhecimentos e o trabalho em rede sobre os mais recentes tópicos-chave da indústria.

Estas sessões são exclusivas para as agências membro – o feedback dos participantes e dos líderes das agências sugere que são uma grande alavanca, tanto para atrair, como para reter, os melhores talentos para as suas agências.

Nestes tempos difíceis, o objetivo da 27Names (ajudar os nossos membros a prosperar através do crescimento e desenvolvimento partilhados) é mais importante do que nunca.

Rui Batista, Diretor de Live & Digital Events da Up Partner em Lisboa, tem uma visão clara do papel que esta comunidade desempenha para o seu negócio local: “A 27Names fornece-nos inspirações únicas dos melhores dos melhores do setor. Ajudamo-nos mutuamente quando outros membros realizam eventos em Portugal – podem contar com os mesmos padrões elevados que nós. E, claro, o contrário também.”

Face aos muitos desafios atuais, o setor dos eventos deve evoluir para uma comunidade em que todos os membros não sejam sempre concorrentes, mas parceiros ao mesmo nível que acreditam na partilha de conhecimentos, na inclusão e na diversidade.

Não devemos querer fazer tudo, mas sim fazer bem aquilo em que somos bons. E é importante que exista uma forte união e sentido de comunidade entre pares, de forma a fortalecer e criar regras que ajudem a atrair e captar talento.

Vivemos em tempos complexos, com uma sociedade que se move a ritmos e valores elevados. Quer se trate de proteção ambiental, de experiências imersivas ou de tecnologia. Isto faz com que seja impossível para os profissionais do setor assumirem que dominam todas as técnicas. O melhor é analisar o contexto que nos rodeia e identificar as comunidades, os clientes e as parcerias de que precisamos para sermos bem-sucedidos.

Sem nunca esquecer três eixos principais que considero serem os mais importantes. Captação e formação de talentos, sustentabilidade real (ou seja, gerar valor de retorno na cadeia de serviços onde atuamos). E estar sempre atentos às novas tendências, tecnologias e ferramentas que nos podem ajudar a diferenciar.

Por último e mais importante, para os novos desafios atuais, ninguém pode esperar sobreviver sozinho. Agora, mais do que nunca, a cooperação e o trabalho em rede são fundamentais.

© Ralf Specht Opinião

Chairman da 27Names

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